José Roberto LimaJosé Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 16 Concursos”

Mãe e filha concurseiras

Publicado em 04/05/2021 às 14:46.Atualizado em 05/12/2021 às 04:50.

Desde março de 2013, já escrevi vários artigos em homenagem às mães. É o caso, por exemplo, de: 1) "Concurso: a mãe de muitas mães" (12.5.13); 2) "Concurseira é a mãe" (10.5.14); 3); 4) "Mães do passado, presente e futuro" (14.5.15); 5) "Se dependesse das mães..." (14.5.17).

Então, nesta semana do dia das mães, presto mais uma homenagem. E me lembro de dois alunos – mãe e filho – que formavam o estereótipo que não se deve ter como exemplo. A mãe, uma típica aluna retraída, defendia o comportamento indisciplinado do filho, envolvido até num evento de agressão física contra um colega. Ela também falava em nome do filho para brigar pelas notas dele.

Isso se resumia em duas frases. Quanto à grosseria do filho perante os colegas, a frase era "Ah, coitado! Meu filho foi provocado”. Quanto às notas, ela fazia comparações com o desempenho de outros alunos. E a frase era "O professor ajudou a todos, menos o meu filho. Isso é um desaforo".

Aquele jovem chegou à faculdade com essa dependência afetiva, tornando-se colega da própria mãe. Ao primeiro sinal de dificuldade, e de modo inconsciente, ele se escorava naquelas frases maternas. No entanto, aos poucos foi se transformando num dos meus melhores alunos. Bastou entender que não é um coitado; e que o sucesso dos colegas não é um desaforo.

Essa é apenas uma caricatura do que não se deve fazer como mãe. Mas não se preocupe em defender seus filhos com o fervor que só encontramos nas mães. Isso é normal e salutar. Mas seu filho não é um coitado. E o sucesso dos colegas não é um desaforo.

Então, cumpre-me fazer a narrativa de outra mãe – que realmente merece ser assim chamada. Ela está se preparando para ser mãe novamente. O escolhido como pai é um felizardo. Porque acompanha o modo como ela cria a primeira filha. Em vez de defendê-la nas desavenças com colegas... isso nem ocorre, por causa da formação dada à filha.

Ela ­- pessoa feliz por natureza - seguirá ainda mais feliz como mãe, mulher e esposa. E eis os resultados que já se vê: mãe e filha se preparam para os embates nos concursos, e eu tenho certeza de que ambas triunfarão.

Então, você que é mãe - ou que sonha em ser mãe - tenha duas certezas no caminho para a vitória dos seus filhos: 1) eles não são coitados; 2) o sucesso dos colegas não é um desaforo.

A todos eu desejo bons estudos. E parabéns às mães (ou melhor: parabéns às mães de verdade).

* Advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor de Direito da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 15 Concursos”

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