Meus alunos e leitores que me acompanham nesta coluna sabem que, na semana passada, comentei sobre a partida de futebol das meninas contra os meninos no condomínio onde moro. Eu apitei e “dei uma mãozinha” para elas.
Isso foi um ensaio para as garotas aprenderem a reivindicar o respeito às diferenças delas, seja num concurso ou em quaisquer circunstâncias. Para os meninos, foi um treino para compreenderem que a igualdade passa pelo respeito às diferenças.
Devido ao grande sucesso do evento, realizamos na semana da criança outro jogo entre os pequenos e os adultos. É o que adiantei no artigo da semana passada. Então, para você que o leu, é natural esperar que eu conte como foi essa nova partida (e como eu “dei uma mãozinha” no apito).
Talvez você espere até uma paráfrase ao artigo anterior, cujo título foi “as mulheres venceram”. Então, por que este não se chama “as crianças venceram”? Qual o sentido do título “não valeu”? Leia até o final e você entenderá o porquê.
Assim como o jogo anterior, o das crianças foi uma lição de cidadania. Os pais entenderam o aspecto lúdico da disputa. As crianças se sentiram prestigiadas.
Isso foi inesquecível para os pequenos. E, à medida que crescerem e enfrentarem as disputas na vida, principalmente no Enem e nos concursos, entenderão que algumas pessoas precisam de oportunidades especiais.
E o título?
Bem, o título deste artigo tem a ver com uma das minhas “justas decisões de arbitragem”. Refiro-me a um dos pênaltis que “arrumei” para o time infantil. Quem cobrou foi um garoto de uns 2 anos. Mas o goleiro defendeu.
- Não valeu!! Não valeu!!! – exclamei enfaticamente. O goleiro mexeu!!
Na cobrança seguinte eu segurei o goleiro para garantir que ele não iria mexer. E corremos para o abraço, na comemoração de mais um gol.
Parabéns às crianças pelo seu dia. Parabéns também para nós, professores, sobretudo os que convivem mais diretamente com os pequeninos. É ótimo sabermos que o nosso dia é comemorado tão pertinho do dia das crianças.
E podem ter certeza, meus queridos amiguinhos: vocês são craques na ternura, na generosidade, na compaixão e na capacidade de perdoar, sem guardar rancores. Quanto ao futebol, os adultos jamais ganharão de vocês em qualquer partida... (...que eu apitar).
Desejo a todos os amiguinhos um futuro brilhante. Isso passa pelos estudos. Então, estudem direitinho.
* José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.