O professor Renato Janine Ribeiro, em recente artigo publicado pela SBPC, faz uma interessante reflexão sobre a atual situação da Ciência e da Tecnologia no Brasil. Nas primeiras linhas ele cita esta célebre frase do romancista francês Romain Rolland, conhecida por muitos porque Gramsci a popularizou: “O pessimismo da inteligência não deve abalar o otimismo da vontade” (veja em http://portal.sbpcnet.org.br/noticias).
Com efeito, há pessoas que, ouvindo apenas os apelos da própria inteligência, vê só dificuldades em qualquer empreitada. No caso dos concursos e do Enem, é comum ouvirmos frases do tipo “são muitos os candidatos”. Numa versão de baixa autoestima, o desânimo fica martelando assim na cabeça: “Muitos candidatos são melhores do que eu”.
Caro leitor ou cara leitora, frases como essas são esforços equivocados da sua inteligência para despertar o pessimismo. E o otimismo da sua vontade? Onde ele foi parar?
Se alguém te disser que “são muitos os candidatos”, são muitos mesmo. Mas estima-se que apenas 3% deles realmente levam a sério os estudos, alcançando assim a condição de “concorrente”. Então, da próxima vez que você estiver diante da relação de candidatos por vaga, calcule 3% disso.
Por outro lado, se alguém te disser que, “no início os estudos parecem difíceis e, depois, vemos que são fáceis”, não acredite. Porque, na verdade, “no início os estudos parecem difíceis e, depois, vemos que... que são difíceis mesmo”. Se alguém te disser que é fácil, não compre sonhos que, depois, podem virar pesadelos.
Mas, mesmo sendo difícil, mantenha-se firme na sua força de vontade. Porque, ao perceber o progresso nos estudos, você será tomado pelo otimismo. E, mesmo que o fracasso venha, não desanime e não considere que os meses de estudos foi um tempo perdido. Porque o tempo dedicado aos estudos é sempre um tempo ganho.
Recentemente atendi uma cliente, cuja causa judicial há de ser, para mim, um grande desafio advocatício. Ela é jovem e está se preparando para o Enem, já pensando nos concursos de carreiras jurídicas que pretende fazer.
Mas, às vezes, ela divaga entre o otimismo da vontade e o pessimismo da inteligência, que ela tem de sobra. Então, tomara que a força de vontade dela tenha a mesma medida da inteligência. E ela irá longe.
A todos eu desejo bons estudos.
*José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.