As redes sociais foram inundadas de mensagens sobre o incidente que vitimou a alpinista Juliana Martins durante um turismo de aventura na Indonésia. Nesses tempos de intolerância e fanatismo ideológico, não faltaram os “juízes de plantão” para condenarem a própria vítima que perdeu a vida ao escalar o Monte Rinjani, que fica próximo a um vulcão.
Antes de qualquer comentário, presto a minha solidariedade à família da jovem Juliana. Uma vida que se perde numa circunstância tão trágica representa uma perda para toda a humanidade.
Muitos excursionistas já haviam perdido a vida naquele mesmo local. Mas a morte da brasileira repercutiu mundo afora. Usuários das redes sociais criticaram a lentidão nas operações de busca. E a família dela assim protestou: "Se a equipe de resgate tivesse conseguido salvá-la dentro das sete horas estimadas, Juliana ainda estaria viva" (fonte no Instagram: @resgatejulianamarins).
E quanto à vítima e aos familiares dela? Tudo de que eles não precisam agora são palavras de condenação. A Juliana tinha o alpinismo como lazer. Isso era um direito dela. Todos nós temos direito à uma atividade de lazer. Isso faz bem para nossa saúde mental.
“Mas ela tinha que escolher um lazer tão perigoso, próximo a um vulcão”? Se você sugere essa objeção, saiba que os chamados esportes radicais, que envolvem perigo, podem resultar numa enorme fonte de prazer. E a pessoa se sente revigorada para o dia a dia.
Esse fenômeno é estudado pela Psicologia e ciências correlatas. Muitos profissionais até recomendam atividades que, embora seguras, despertam um medo a ser enfrentado. É por isso que os parques temáticos estão cheios de montanhas russas, rodas gigantes e outros brinquedos aparentemente apavorantes.
É por isso que, visando a melhoria nos seus estudos, eu te pergunto: qual é a sua montanha-russa que você está disposto a enfrentar? Qual é a sua tirolesa? Qual é a sua montanha a ser escalada? Qual é o seu vulcão?
A todos, seja qual for o grau de perigo do lazer escolhido, eu desejo bons estudos.
* Advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 16 Concursos”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.