No meio esportivo, sobretudo no futebol, costuma-se dizer que “time novo ganha jogo e time velho ganha campeonato”. É claro que podemos substituir a palavra “velho” por “time experiente” ou “time bem entrosado”.
Mas, mesmo mantendo a expressão “velho”, os avanços da Medicina propiciaram-nos uma vida mais longa e saudável. A Copa do Mundo, por exemplo, em várias edições, já contou com atletas com mais de 40 anos.
Claro que a energia da juventude ajuda muito. Mas persiste a máxima de que time novo ganha jogo, e time velho, com sua expertising, ganha campeonato. Algo semelhante ocorre nos estudos e na preparação para concursos ou Enem.
Todo professor já teve a experiência de ver um bom aluno bem-sucedido numa prova, com a nota máxima. Mas, por não manter o ritmo de estudos, fracassa no final do semestre. Quando chega o Enem, esse aluno vê vários colegas triunfarem, mesmo os que não eram muito brilhantes nas provas.
Por que isso ocorre?
Voltando ao futebol, se você fizer essa pergunta a um treinador, ele te dirá que os jogadores mais experientes, que ele jamais chamará de “velhos”, já vivenciaram experiência que lhes trouxe conhecimentos para vencer os adversários jovens (mesmo que eles sejam mais fortes e mais habilidosos).
Não é diferente nos estudos. O aluno que se empolga com a nota máxima numa prova, se não mantiver o afinco nos estudos, assistirá ao sucesso dos colegas que lhe pareciam menos capazes.
Porque, ainda que um aluno nunca alcance a maior nota da turma, esteja certo de que ele está, a cada prova, aprimorando conhecimentos. Conheço muitos alunos assim, cujos colegas não dão nada por ele. Em vez de alcançar a melhor nota, ele está mais interessado em realmente aprender.
Aí, quando chegam aquelas batalhas nos concursos, e que mudam as trajetórias de vida de muitas pessoas, lá está, na lista de aprovados, o nome daquele colega aparentemente medíocre. E eis a pergunta que não quer calar: como ele conseguiu e eu não?
A resposta é que ele não estava pensando apenas na prova. Ele estava pensando em aprender mesmo. Ou, voltando à analogia com o futebol, ele não estava pensando num jogo. Ele estava se preparando para o campeonato inteiro.
A todos eu desejo bons estudos.
*Advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.