Ser bem-sucedido nos estudos, sobretudo nos concursos e no Enem, não depende apenas de um bom preparo intelectual. Não adianta apenas memorizar todos os conteúdos se, na hora da prova, você tem um “branco de memória”.
Isso pode ter várias causas. Entre elas, podemos destacar a cobrança que o candidato ou a candidata faz sobre si mesmo(a). Tente, então, substituir a frase “eu tenho que passar” por “eu tenho que fazer a prova”.
Existe, porém, um outro tipo de cobrança que pode te arrasar durante as etapas do concurso. Refiro-me às cobranças que você pode vir a sentir em função das expectativas alheias. Aí pode estar um desejo sincero de sucesso, mas também pode estar os mais inconfessáveis sentimentos de inveja.
Em quaisquer desses casos, as frases que você ouviu durante os seus estudos estarão ecoando na sua cabeça enquanto você faz a prova. Isso tirará sua concentração. Então, mesmo em relação às pessoas que te querem bem, evite criar expectativas para elas.
Porque, se você as criar, a carga de cobrança que você fará sobre si mesmo(a) vai te conduzir ao “branco de memória”. E a frase “eu tenho que passar” vai te dominar. Dê a si mesmo(a) o direito de dizer assim: “Se eu fracassar, continuarei estudando para a próxima batalha”.
Quanto aos que te desejam mal, é claro que o melhor é evitá-los. Se necessário, busque novas e boas relações afetivas. Comece dando o melhor de si mesmo(a). Faça como Harry S. Truman, Presidente dos EUA no contexto do final da Segunda Grande Guerra.
Quando os aliados já haviam vencido em todas as frentes, quando já se organizava o Tribunal de Nuremberg, ele assim se pronunciou: “If we do not want to die together in war, we must learn to live together in peace” (se não queremos morrer juntos na guerra, devemos aprender a viver juntos em paz).
Assim, em vez de impor a vontade da maior potência econômica mundial, Truman deu o melhor de si. E os EUA, por meio daquele Presidente, deram o melhor como país. É claro que isso não resolveu todos os problemas do mundo. Mas a frase colaborou, por exemplo, para o espírito de paz que resultou na criação da ONU.
Então, se você não quer ofender nem ser ofendido(a) numa guerra com quem te detesta, aprenda a viver em paz com quem te merece. Seus estudos agradecerão.
* Advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 16 Concursos”. Escreve nesse espaço às quartas-feiras.