No artigo da semana passada, eu falei sobre a ansiedade quando sou chamado para uma palestra. Apesar de duas décadas de magistério, cada novo evento é como se eu estivesse entrando em sala pela primeira vez.
Quanto à ansiedade que costuma perturbar quem está na luta dos concursos, recomendei incrementos na qualidade dos estudos. E, como também dito na semana passada, estudos de qualidade não significa necessariamente aumentar a quantidade deles.
E eis que um leitor, vivendo as mesmas aflições que eu vivi na juventude, lembrou que eu também disse sobre as opções de passar ou ser empurrado para o desemprego ou subemprego. E concluiu:
- É exatamente assim que me encontro. Eu tenho que passar.
Bem, por mais prementes que sejam as suas necessidades, passar é uma consequência que, embora muito desejável, depende de fatores que podem estar fora do nosso controle. Conheço um caso, por exemplo, de um amigo que perdeu a oportunidade de fazer um teste físico num concurso porque foi internado às pressas para cirurgia de apendicite.
Assim é a vida. Devemos estar preparados para o embate e para fazermos o melhor que pudermos. Mas perder, sobretudo por circunstâncias fora do nosso controle, faz parte do jogo.
Então, prezado leitor, esteja certo que eu compreendo as suas aflições, pois já passei por todas elas. Mas, ao mesmo tempo em que agradeço a sua importante manifestação, eu te digo que você não tem que passar.
Não se cobre tanto assim. Isso só fará disparar a sua ansiedade. Deixe a ansiedade para quando você tiver duas décadas de magistério e for chamado para mais uma palestra, entre muitas que já terá feito.
Por enquanto, substitua a frase “eu tenho que passar” por “eu tenho que fazer a prova”. E siga firme nos seus sonhos.
Bons estudos e sucesso em todas as suas batalhas!