Bullying, pandemia e greve

Publicado em 18/04/2022 às 06:00.

Dia 7 de abril é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas. O comportamento agressivo, intencional e repetitivo entre estudantes, que acontece em uma relação desigual de poder ou força física em alunos que têm dificuldade em se defender, é o que define o bullying para Dan Olweus, psicólogo pioneiro na pesquisa sobre o assunto.

Infelizmente, o cyberbullying tem efeitos ampliados quando comparado ao bullying devido à rápida disseminação de conteúdos na internet. A ampliação do acesso aos alunos ao ambiente virtual é fundamental. Contudo, em pesquisa divulgada pelo Unicef em 2019, um a cada três jovens em 30 países – incluindo o Brasil – relatam ser vítimas de cyberbullying.

Em quase dois anos de escolas fechadas devido à pandemia, o cenário agravou-se consideravelmente. Um estudo da UFMG analisou suas consequências e foram identificados aumentos nos casos de ansiedade, depressão, regressão no desenvolvimento e piora de quadros de déficit de atenção, além de sintomas de autismo.

Ainda, alunos com algum transtorno de aprendizagem foram especialmente afetados, sentindo-se isolados e sendo as principais vítimas do cyberbullying. Para além do cyberbullying, os impactos causados com o fechamento das escolas estão diretamente relacionados com a saúde mental das crianças e jovens.

Com o retorno às aulas presenciais, já percebemos reflexos do desequilíbrio socioemocional em parcela significativa de estudantes. Instituições de ensino públicas e privadas estão enfrentando conflitos entre os alunos e situações extremas que retratam os enormes desafios para recuperarmos a educação brasileira.

Absurdamente, quando comemorávamos finalmente o retorno às aulas nas escolas, sindicatos impeliram professores a entrar em greve. Num momento em que o acesso à educação é imprescindível para que não haja ainda mais prejuízos para toda uma geração de crianças e jovens impactada pela pandemia.

Importante destacar que não foi a maioria dos professores da rede pública estadual que entrou em greve. Segundo estimativas da Secretaria de Estado de Educação, foram cerca de 35% de professores grevistas, privando do acesso à educação aproximadamente 500 mil alunos de escolas públicas em Minas Gerais. A grande maioria, 65% dos professores, não aderiu à greve.

Hoje, comemoramos o fim da greve irresponsável. Aos verdadeiros educadores de Minas Gerais, que não interromperam em momento algum a dedicação ao propósito de ensinar e desenvolver o potencial de seus alunos, meus parabéns!

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