Reconciliação: é possível salvar o ano de 2022?

Publicado em 26/12/2022 às 06:00.

Menos de dois meses de encerrado o período eleitoral, muitas famílias brasileiras continuam divididas pelas desavenças que marcam a política e nem mesmo o espírito natalino oferece garantia de reconciliação - é o que diz o levantamento realizado pela Especialista de Mercado e Opinião Pública (IPSOS).

De acordo com a pesquisa, a polarização política no Brasil supera a média global de 28 países e é o principal catalisador de tensão na percepção dos próprios brasileiros. No estudo, 83% da população diz acreditar que há muito conflito entre apoiadores de diferentes partidos no País - a média global é de 69%. A polarização supera até mesmo as diferenças entre classes sociais, na opinião de 79% dos brasileiros. A oportunidade, então, torna-se desafio. Nossa cultura política nunca esteve tão exacerbada e agressiva e isso desdobra-se em muitas outras situações. As réplicas tornaram-se ofensas, as diferenças viraram provocações.

O resultado de uma colaboração entre a Universidade de Princeton e a Universidade Estadual do Arizona sugere, também, que a polarização influencia diretamente na deslegitimação do processo político. Os estudos mostram que, à medida que as interações sociais e as decisões individuais isolam as pessoas, o sistema se torna incapaz de abordar essas questões e até mesmo de formular uma solução que atenda a todos. E entender esse cenário é crucial para conter extremismos.

A premissa é, obviamente, que as discussões se deem em tom civilizado e com absoluto respeito. É fundamental estarmos comprometidos com a construção de relações mais harmônicas, afinal, valorizar a cultura de diálogo e negociação de conflitos é necessário para construir um ambiente político capaz de gerar resultados mais efetivos para melhorar a vida das pessoas.

Um antigo ensinamento defende que nós somos incapazes de mudar o outro. Temos o poder de mudar a nós mesmos; o outro, inspirado, também mudará. Nestas festas de fim de ano, ao dialogar sobre política, opte pelo diálogo saudável, exercendo a escuta ativa - não a agressão. Assim, os encontros familiares deste período serão lembrados por sentimentos mais fraternos de um feliz ano novo.

Boas Festas!

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