Você doaria para campanha eleitoral de políticos que discorda?

Publicado em 23/05/2022 às 06:00.

A campanha eleitoral deste ano já está chegando e entra em cena um fator decisivo: o financiamento eleitoral. Você sabia que os partidos políticos têm acesso a um Fundo Especial para financiamento de campanha? O chamado "fundão eleitoral" é um montante de expressivos R$ 4,9 bilhões, que é repartido pelos partidos segundo uma regra de proporcionalidade referente à sua última bancada eleita para a Câmara dos Deputados.

Esse fundo é mantido com receitas de impostos de todos os cidadãos brasileiros, o que significa que todos nós, pagadores de impostos, custeamos uma parte das campanhas de todos os partidos políticos, inclusive daqueles com pensamentos e ideologias que não concordamos. Eu e meus colegas de Partido Novo achamos isso um absurdo, e, por isso, nos recusamos a utilizar os recursos do fundão, devolvendo o dinheiro para o Tesouro ao final da campanha.

Desse modo, esses recursos podem ser utilizados em saúde, educação, segurança, saneamento, enfim, em serviços públicos essenciais que mudam realmente a vida das pessoas. O valor do fundão eleitoral em si já é uma imoralidade, sendo, por exemplo, o dobro que o Brasil investiu em saneamento básico de 2018 a 2021 e três vezes o valor orçado para o programa federal de compra de material escolar.

O Novo, ao se recusar a utilizar o fundão, busca se financiar apenas com apoio orgânico das pessoas que acreditam nos ideais e princípios do partido, seus filiados e apoiadores. Acreditamos que esse é o caminho natural de quem busca representar os anseios da população nos cargos públicos. E também ser este o caminho correto que é defendido pela população.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Millenium em fevereiro de 2022 demonstrou que 96% dos brasileiros acham que os recursos do fundão seriam melhor gastos em saúde e educação. Além disso, 86% não sabia o valor do fundo e, ao descobrir, o considerava muito alto. Infelizmente, 39% não tinham nem ouvido falar desse mecanismo - sendo 52% de jovens -, o que demonstra a distância das ações da classe política da opinião do cidadão. Isto sem falar do Fundo Partidário, outro absurdo para beneficiar partidos.

Fazer a política de forma diferente e inovadora exige coragem. É muito mais desafiador recusar benefícios do Estado, depender apenas da sua mobilização e dos resultados efetivos que entrega. É preciso fazer mais com menos, com transparência, altivez e sempre ao lado das pessoas. Este é o caminho correto, e eu continuarei a seguir por ele.

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