Claudio OlivaClaudio Oliva é jornalista especializado em turismo e hotelaria, pós-graduado em Turismo pela Universidade de Barcelona, presidiu a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Editor da Qual Viagem, colaborador em diversos portais de turismo, é também diretor Executivo da Assimptur Assessoria de Imprensa.
Retomada continua

Setor de eventos apresenta bons números em 2023 e tendência é de crescer mais ainda em 2024

O saldo acumulado entre janeiro e junho apontou um crescimento de 42,3% comparado ao mesmo período do ano passado

Cláudio Lacerda Oliva*
turismologoali@hojeemdia.com.br
Publicado em 14/09/2023 às 08:38.
No Perse, empresas ganham alguns benefícios, como alíquota zero em impostos (Filip Andrejevic via Unsplash)

No Perse, empresas ganham alguns benefícios, como alíquota zero em impostos (Filip Andrejevic via Unsplash)

Após uma crise sem precedentes nos anos de 2020 e 2021, o ano de 2022 foi marcado pelo início da recuperação do segmento de eventos no Brasil. Com o avanço da vacinação, o Brasil fechou o ano passado com números expressivos no setor. Segundo a Abrape, em todo o país foram mais 590 mil eventos, que geraram 15 mil vagas de emprego diretas, além das indiretas.

Em 2023, o processo de retomada continua. Os números do primeiro semestre têm dados estatísticos do IBGE e do Ministério do Trabalho e Previdência. O saldo acumulado entre janeiro e junho apontou um crescimento de 42,3% comparado ao mesmo período do ano passado.

Foram geradas 12.438 vagas de emprego nos últimos seis meses, sendo 4.095 apenas no mês de junho. Para o período que vem, o setor promete ainda mais incremento, mesmo porque as políticas de vacinas devem crescer, imunizando mais gente e controlando as possíveis novas pandemias.

Quanto ao consumo no setor, os números apontam uma estimativa de R$ 58,5 bilhões no primeiro semestre de 2023, o que ultrapassa o mesmo período de 2022, com um valor de R$ 50 bilhões. Junho foi o melhor mês desde 2019, com um índice de R$ 9,6 bilhões.

Durante o período de isolamento provocado pela pandemia, os brasileiros conheceram uma nova modalidade de eventos: online. Os shows passaram a ser lives; já no mundo corporativo, os congressos também migraram para o mundo digital e reuniões se tornaram chamadas de
vídeo.

Os números mostraram que quando o assunto é educação e trabalho, o formato online funciona melhor. 28% e 22% das pessoas,  respectivamente, disseram preferir o formato quando o assunto está relacionado aos estudos ou à vida profissional. Já os artísticos culturais
são preferidos presencialmente por 81% do público da pesquisa.

Quando a pandemia começou, 59% das pessoas deixaram de ir a todos os eventos presenciais, enquanto 22% pararam de frequentar a maior parte deles. 12% dos entrevistados contaram parar de frequentar apenas algumas realizações. Por último, 7% não se restringiram no
período pandêmico.

Em 2022, com os números da Covid-19 em queda, o cenário mudou. Apenas 2% das pessoas não voltaram a frequentar eventos presenciais, enquanto 47% voltaram à normalidade de ir a todos os compromissos da agenda fora de casa. 29% dos ouvidos pela pesquisa se fazem presente em maior parte dos compromissos presenciais, e 22% em apenas alguns.

Qual a justificativa para alguns eventos não voltarem presencialmente?

O preço é um dos pontos citados pelo público da pesquisa da Opinion Box. 64% acreditam que s eventos estão mais caros, comparados aos preços do período antes da pandemia. Os gratuitos se tornaram mais atraentes, e sete em cada 10 pessoas entrevistadas disseram participar principalmente, ou apenas, de eventos gratuitos nos 12 meses que antecederam o estudo.

Entender quais locais as pessoas frequentam é importante para quem é do setor. É necessário saber o que leva um consumidor a ser atraído pelo evento. Isso pode determinar questões como preços de ingressos, atrações e local. Inclusive, a distância de casa é um dos fatores decisivos para 50% das pessoas entrevistadas. Já 66% consideram as atrações, enquanto os valores são priorizados por 65% dos ouvidos.

Os atuais números do setor

De acordo com a Abrape, os eventos e o hub setorial somam 3,8% do PIB brasileiro, com um faturamento anual de R$ 291,1 bilhões. Em todo o hub setorial, são 6,6 milhões de pessoas envolvidas. A massa salarial  ultrapassa R$ 71 bilhões ao gerar 3.205.550 empregos, 6,6% dos gerados em todo o Brasil.

* Diretor Executivo da Assimptur (com agências)

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