Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

A greve do metrô

Publicado em 14/05/2022 às 06:00.

A longa greve dos metroviários de Belo Horizonte chegou ao término. Mas o problema não está resolvido. Trata-se de algo que desafia as autoridades de um modo geral. Não se circunscreve apenas ao município, nem a seus dirigentes. Os três poderes estão envolvidos, pois Estado e União não podem eximir-se de participar.

Enfim, uma das maiores capitais do país, a primeira construída para esse fim na República, tem no transporte público urbano um dos maiores entraves a seu desenvolvimento e as dificuldades de seu povo.

Estamos há décadas enfrentando uma lamentável procrastinação, em detrimento do interesse maior de seus segmentos populacionais, que precisam e demandam por transporte urbano eficiente para cumprimento de seus deveres. Todos os munícipes sofrem, reclamam, sem que se dê solução, que enfim todos sabem qual seja.

Desta vez última, parou-se porque os metroviários não estão de acordo em que o sistema seja privatizado. É um direito seu, mas cabe ao poder público oferecer uma proposta que atenda a interesses superiores, que se avolumam à medida que os anos passam.

Não se chega a conclusão conveniente com adiamentos. Por outro lado, se constata como o transporte ferroviário de superfície é fundamental à vida das pessoas e mais o será, com o crescimento da população e de suas atividades.

Em recente livro em que presta contas de sua atuação como gestor do Estado, o ex-governador Eduardo Azeredo descreve seus esforços para solucionar o problema. Conta de tratativas junto ao governo federal visando à liberação de recursos previstos para construção do nosso e dos demais metrôs do país. Para ele, o problema, principalmente o transporte por trens e metrôs precisa ser encarado de forma mais adequada.

Observa que o número crescente de veículos nas ruas e a ausência de obras estruturais dificultam a vida das pessoas, que terão de enfrentar, cada vez mais, engarrafamentos nas grandes cidades. E, como não poderia de ser, prejudicam-se os trabalhadores e as empresas a que servem, gerando reveses e acidentes mortais.

O que se espera é que não tenhamos de enfrentar mais paralizações para que o poder público se defina a trabalhar por nossas cidades maiores, entre as quais Belo Horizonte se inscreve. Não é pedir demais. Enfim, o volume de tributos pagos é bastante significativo, como mostram as estatísticas.

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