Os dias da segunda quinzena de abril de 2025, de tempo vário, predominantemente chuvoso e frio, marcaram inúmeros brasileiros especificamente de Minas Gerais. Aqui nasceram Joaquim José da Silva Xavier e Tancredo Neves, de alta representatividade para a nação. No dia 21, que assinala a inauguração de uma cidade construída para uma nova capital pelo mineiro Juscelino, deu-se o falecimento de um papa muito querido por nosso povo, o argentino Francisco, que parecia recuperar-se de graves problemas pulmonares.
No seguinte dia 22, terça-feira, na amável e heróica Santa Luzia, deixou de respirar um dos profissionais mais importantes do jornalismo atual do Estado, Roberto Elísio de Castro Silva, sepultado na cidade a que lhe serviu de berço e o recebeu em ato final.
Em seus 86 anos de existência, dos quais quarenta num único conglomerado de Imprensa, Roberto deixou marcas impressivas de sua personalidade.
Em 2002, publicou o livro “Sob a sombra da noite”, uma coletânea de artigos reveladores de suas predileções pessoais, dos quais os amigos, os sentimentos e pensamentos de quem nasceu vocacionado para escrever e nos legou páginas memoráveis. Eis a dedicatória: “Para Manoel Hygino dos Santos, colega e amigo, que sempre chega na minha frente. Antes, na Assessoria de Imprensa do Governo de Minas e no exercício da literatura. Mais recentemente, como articulista do HOJE EM DIA. Com a estima, do Roberto Elísio”. Explico. Fui nomeado para a Assessoria ou Secretaria de Imprensa do governo mineiro na administração Israel Pinheiro. Roberto, meu sucessor assumiu cargo e funções na gestão Rondon Pacheco, que sabiamente escolhera Roberto.
Roberto deve ser lido em seu livro, aliás evoca o pai, com ele tão identificado, nestes tempos duros de códigos e de farsas, em que homens podem até ser iguais perante a lei, mas não são iguais perante a vida.
O jornalista fala de Castrinho, farmacêutico generoso, que fez da profissão um exercício de amor e da prática da fraternidade, sem expectativas de recompensa material, pessoas em processo de extinção. Ele diria, o que dissera o genitor: “Missão cumprida, chegou a hora de partir”. Talvez cansado como a estrela que, já exausta, definha e perde a luz com o avanço da madrugada.