Faleceu, no passado 21 de outubro, o jornalista José Mendonça, um dos personagens quase lendários nos meios de comunicação de Belo Horizonte, que aqui amou quase 108 anos dos 128 da capital, inaugurada em 12 de dezembro de 1897. Eis que nascido em 22 do último mês de 1917. Seu falecimento se deu numa fria noite deste 2025, marcado por temperaturas que alcançaram menos de nove graus, lembrando Alfenas, no Sul de Minas, em que veio à vida.
Na capital, ainda criança, escolheu a profissão. Seria advogado e se formou pela Universidade de Minas Gerais, a celebrada instituição fundada em 27 de setembro de 1927 pelo presidente Antônio Carlos, em grande parte ao desvelo de Mendes Pimentel, a que tanto ficou devendo a educação e a formação profissional.
Com Minas Gerais ardente na política, que influenciara o país num dos períodos mais demonstrativos de sua vocação, Mendonça ingressou no jornalismo que dava o tom da vida estatal em sua existência em âmbito nacional.
Com o cabedal conquistado na UMG – Universidade de Minas Gerais, o recém-formado revelou a que viera na jovem sociedade belo-horizontina, acompanhando e contribuindo dentro de sua formação profissional para o crescimento de uma capital digna, bela e justa.
As imposições da hora fizeram de Mendonça chefe da Sucursal de “O Globo” e correspondente da “Folha de São Paulo”. Levado a ser um dos defensores de instrumentos de defesa da Classe, colaborou com dedicação à fundação do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.
Evoco aqui e agora Rui Barbosa, ao despedir-se de Machado de Assis: “A morte não extingue, transforma; não divorcia; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima”. Graças a Mendonça, Adival Coelho e Anis Leão, implantou-se o primeiro curso de Jornalismo em Minas.