Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Ainda transplantes

Publicado em 05/11/2025 às 06:00.

O último jornal diário belo-horizontino impresso, remanescente do século passado, dedicou duas de suas páginas do domingo, 2 de novembro, àqueles e àquelas que destinaram seus corpos após a morte para beneficiar os que poderiam usá-los em vida. São - como consta de chamada de primeira página da edição - “pessoas que praticaram um ato de generosidade e de amor ao próximo”. Como explica o professor Kennedy Martinez de Oliveira. 

O repórter Gustavo Werneck, uma das revelações da jovem imprensa mineira, entra em detalhes sobre o processo de doação e o trabalho desenvolvido na Faculdade de Medicina da UFMG Campus Saúde, e na Sociedade Mineira de Anatomia, presidida pelo dr. Kennedy, que vem servindo de protótipo a outras instituições brasileiras. 

É incontestavelmente uma das áreas mais sublimes da vida humana. Eu, que fiz o curso de Anatomia e Dissecação fora do Brasil, reconheço o gesto de grandeza e altruísmo, como diz o mestre: “Essas pessoas sabem que, após a morte, poderão ajudar a vivos”. 

Inúmeras pessoas podem viver depois que alguém decide doar um órgão a quem decide fazer a doação. É belíssimo o gesto, que acontece diante de nossos olhos e com nosso conhecimento com ou sem divulgação pela imprensa, que se resume a noticiar como de dever. Já Victor Hugo ensinava que “a verdadeira felicidade consiste em dar, não em reter”. 

Além do mais, desde que aquele cirurgião inglês procedeu ao primeiro transplante de coração em um paciente da África do Sul, todo o complexo desses procedimentos evoluiu grandemente, para o bem de todos e felicidade geral de enfermos e famílias. Cirurgias de coração estão no rol das que os médicos da Santa Casa de Belo Horizonte fazem, com sucesso. 

Cá na América do Sul, por exemplo, a Santa Casa BH - Hospital de Alta Complexidade 100% SUS, é considerada o maior centro transplantador de órgãos, tecidos e células do Brasil, alcançando índices excelentes, motivo de satisfação pela direção da filantrópica e de seus cerca de seis mil funcionários. 

Em Minas, a Santa Casa fez mais de 22 mil transplantes, e já estamos em véspera de 2026. E não faltam os transplantes do coração que mereceram aplausos de todo mundo anos atrás, na África do Sul, como se viu. 

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