Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

As várias Minas

Publicado em 27/03/2024 às 06:00.

Minas não é única, sob muitos aspectos. Basta ler um pouco de sua história para confirmar a veracidade. Não sem razão se tem propalado que Minas são várias, como consagrado por conceituados escritores. Neste março, por exemplo, constatamos como são múltiplas estas terras e gentes.

Em meados do mês, para gáudio geral e felicidade de todos os segmentos, tomou-se conhecimento de que, pela primeira vez na história, o PIB de Minas ultrapassou a casa de R$ 1 trilhão. De acordo com a Fundação João Pinheiro, inteiramo-nos de que a economia mineira cresceu 3,1% em 2023 relativamente ao exercício anterior. O nosso Produto Interno Bruto alcançou resultado tão memorável, que certamente agradaria a ambos governantes.

É confortável apreciar os números e percentuais e conferir que eles decorrem do aumento de nossa produção mineral e do agronegócio, evidentemente sem esquecer o desempenho da indústria de transformação.

O atual governo mineiro se exulta, e não poderia ser de outra maneira, tanto que o chefe do Executivo sublinha que o Estado tem crescido acima da média nacional.

Entretanto, a felicidade não é permanente e total. É o que se demonstra com outros números e áreas. Apanho o pré-título de matéria em jornal belo-horizontino: com quase 54 mil casos prováveis e 21 mortes já confirmadas, incidência da chikungunya segue nas alturas e pode mais elevar-se. Já se registraram 82.714 casos prováveis no país e Minas atinge 53.972 também prováveis, que podem ser menos ou mais, conforme anunciará o Ministério da Saúde tão logo conclua o monitoramento.

E não se trata somente da doença cujo nome é um desafio de digitação para repórteres ou redatores. Há também a dengue. Até o dia 14 deste março findante, conforme o Painel de Monitoramento das Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde, foram notificados 577.229 casos prováveis de dengue em Minas Gerais, dos quais 211.768 confirmados. Há 354 óbitos em investigação e 88 confirmados. A letalidade da doença é de 2,58% sobre os casos de dengue grave ou com sinais de alarme.

Quanto ao vírus zika, há 122 casos prováveis e 14 confirmações. Esse número é o mesmo há dois dias. Entretanto, a SES-MG informa que, desde 2018, não há casos confirmados de zika por métodos diretos de identificação viral, o exame RT-PCR. Por isso, os municípios são instruídos a fazer uma avaliação bastante criteriosa e, após essa investigação, alguns casos são reclassificados por não atenderem critérios para mantê-los como confirmados.

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