Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

E há ainda inflação

30/08/2021 às 16:35.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:47

A queixa se generalizou. Praticamente, todos os segmentos sociais reclamam dos altos preços. Entre os mais despossuídos, é a carestia que avança, enquanto deixa os verdadeiramente pobres sem ter o que comer.

Empresas de todas as atividades – industriais, comerciais, de comunicação –, percebendo de perto as dificuldades que avultam, enquanto os bolsos, se ainda não furados, esvaziam rapidamente, decidiram unir-se para levantamento de recursos para doar aos mais infelizes o imprescindível à sobrevivência. Algo digno de estímulo e gratidão. Solidariedade deve ser incentivada.

Mas o número de desempregados ou gente em semelhante situação não diminui. Antes pelo contrário. E as contribuições dos integrantes dessa cadeia de auxílio também vão diminuindo os recursos disponibilizáveis. Também se previnem, porque o mal pode logo chegar-lhes.

Nas rádios e televisões, os espaços são tomados pelos pedidos de novas ajudas e pelas reclamações velhas sobre preços de artigos de primeira necessidade, como: arroz, feijão, carne – nem se fala –, verduras, de um modo geral, hortaliças, tomates, cebola, tudo enfim que falta faz à mesa mais trivial ou pobre.

A esperança se transfere ao governo, a quem cabem providências de adjutório. É quando os políticos se armam de coragem e anunciam uma colaboração em dinheiro por determinado número de meses. É o homem da administração pública distribuindo o recebido dos cidadãos de boa vontade e empresários. Mas também esse socorro é curto e limitado.

Pior: existe uma tal de inflação, que mexe com tudo. A do Brasil, já tão padecente da pandemia de muitos meses e sem previsão de fim confiável, supera a de muitos países – também sofredores da mesma enfermidade infame. Por quê?

Os jornais publicam e eu tomo a liberdade de registrar: a inflação por aqui tem chegado a quase 9%, quando os homens do governo admitiam que 7% seria o máximo. Não era, pelo visto. Se continuar, tudo se agrava e a mesa permanecerá vazia ou quase.

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central sob Lula e ministro da Fazenda de Temer, caçoou: “Baixamos a inflação de 9,3%, em abril de 2016, para 3% no final da minha gestão. A Selic estava em 14,25%, entreguei o ministério com 6,5%”.

Precisa-se seguir o exemplo. A redução é factível. É preciso saber fazê-la.

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