Variam os estilos, a maneira de se expressar, mas há semelhanças entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia. Quem tiver interesse no assunto deve dar mais atenção ao problema. Logo que se empossou o titular da Casa Branca anunciou seus planos sobre a Groenlândia e Panamá, por exemplo. O leitor se lembrará.
No caso de Moscou, Putin anunciou a “possibilidade” do envio de tropas militares para dirimir questões nacionais soberanas na Georgia, Chechênia, Crimeia, além de alguns territórios chineses. Falou até da Dinamarca, centro de seus planos de ocupação até 2030. Não se referiu à Ucrânia, mas todo mundo em todo o mundo sabe muito bem o que está acontecendo, numa guerra não considerada como tal, mas apenas como “operação especial”.
E há mais. Em entrevista a jornalistas, é claro, pouco antes, Putin foi sobremaneira ousado ao revelar abertamente o nome dos quatro governantes estrangeiros em que não confiava: “Scholz, da Alemanha; Macron da França; Anthony Albanese, da Austrália; e o “amigo Donald Trump”, bem como todos que fornecem apoio militar para defesa da Ucrânia.
No fundo, Putin quer discutir com os americanos os termos da proposta antes de se comprometer com qualquer pausa nos combates. Enfim, tudo como antes. Cada dirigente na sua, no Kremlin e na Casa Branca. Talvez se queira comemorar o ingresso no quarto ano de conflito. Quem sabe?
Ninguém se manifestou sobre o apelo dos cardeais que foram a Roma para eleger o novo Papa. Nas reuniões na Santa Sé, os prelados formularam um pedido à paz na Ucrânia, no Oriente Médio e em muitas regiões do mundo, em declaração escrita. Na véspera de sua morte, Francisco, o pontífice falecido, fizera um apelo pela paz na Ucrânia e em outras regiões do mundo.
A despeito de tudo, ficou-se como estava. Milhares estão morrendo em campos de batalha, pois para isto há espaço. Mas número alarmante é dos que perdem a vida nas cidades e nos campos, até por falta de alimento e água.