O Instituto Cultural Amílcar Martins, em Belo Horizonte, acaba de publicar a segunda edição revista e ampliada de “Ibrahim Abi-Ackel, uma biografia”, de autoria de Lígia Maria Leite Pereira, que, na opinião de Aécio Neves, na primeira contracapa, declara: “o leitor terá a oportunidade de percorrer um importante trecho da nossa história recente e conhecer melhor as inúmeras dimensões do homem público que honra as melhores tradições políticas de Minas e dos mineiros”.
Assim é, de fato. São mais de 400 páginas, com farta ilustração, contando com texto de quem sabe elaborar uma biografia, pois à autora Lígia Maria já se devem outras belas obras, entre as quais “Baioneta afiada”, contando a história do ex-deputado federal Genival Tourinho.
Trata-se, pois, de excelente estudo, que Amílcar Martins Filho, diretor do ICAM, e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, meu confrade na Academia Mineira de Letras, teve a gentileza de encaminhar-me. Enfim, livro de dar gosto e que nos amplia o conhecimento sobre uma das fortes personalidades da vida política de Minas, mais do que isso, do Brasil, nas últimas décadas.
O biografado recorda, desde o início de sua vida pública, a sua transferência para Belo Horizonte, a fim de empossar-se como Procurador Geral do município na gestão do então prefeito Amintas de Barros, quando solicitei a um dos auxiliares de gabinete uma ligação telefônica com Ibrahim, a fim de que se formulasse o entendimento.
Saiu-se bem, teve desempenho convincente, e partiu para uma carreira que o Brasil até hoje recorda e aplaude. Não posso esquecer sua atuação no histórico problema do contestado entre Minas e Espírito Santo, que desafiara muitos governos e permitira numerosas mortes, mas a que se conseguiu dar fim graças às medidas postas em prática.
Agora, a biografia está aí, de fácil leitura e presta homenagem a quem “desempenhou um papel central na condução de medidas que pavimentaram o caminho para a redemocratização”, como ressalta com muita propriedade Amílcar em “nota do editor”.