Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Jequitaí em festa

Publicado em 13/03/2024 às 06:00.

Um sonho antigo, uma imposição de toda uma região que aguardou durante dezenas de anos: o projeto hidroagrícola de Jequitaí, demanda histórica do Norte de Minas, foi leiloado, com expectativa de investimentos de R$ 1,51 bilhão, no qual se incluem os custos de implantação de duas barragens de usos múltiplos no rio Jequitaí. Os que primeiramente quiseram ver concretizado o sonho não mais existem. Seus netos verão consumado o ideal de mais de uma geração.

Segundo a Codevasf, à qual se incumbiu o empreendimento, ele poderá beneficiar em torno de 150 mil pessoas na área de sua influência, principalmente nos municípios de Jequitaí, Francisco Dumont (antigo Conceição do Barreiro) e Claro dos Poções.

Graças ao propósito alimentado por mais de meio século, será implantado um sistema de irrigação de áreas agrícolas e se contribuirá para regularização do vazão do São Francisco, que crescentemente tem de manter-se como rio da unidade nacional.

Será a realidade, que terá de esperar mais 48 meses, portanto quatro anos, para tudo se concluir. Em todo caso, para quem tanto esperou, acrescentar um tempo a mais se transformará em tanto gáudio para quem tanto nutriu expectativas.

Daqui a cinco anos, praticamente, se dará o desencadear do processo de desenvolvimento regional através da produção agrícola e geração de empregos.  A estimativa é de 84 mil vagas diretas ou indiretas após o empreendimento. E mais: como observou o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, se melhorará significativamente a realidade  clamante da seca no Norte de Minas. Textualmente, eis sua palavra: “As barragens vão permitir o desenvolvimento da agricultura irrigada em aproximadamente 35 mil hectares no Norte de Minas”, disse, acrescentando que serão produzidos cerca de 20 megawatts de energia limpa e renovável, “o suficiente para abastecer cerca de 200 mil pessoas”.

Os que atravessaram tantas décadas imaginando a grandeza e a beleza do rio Jequitaí, com suas águas descendo ruidosamente na região bendita do Cachoeirão (um substantivo tão valioso para os moradores da área), daqui a um quinquênio agradecerão a Deus por terem atravessado anos tão penosos para sentirem os benefícios que o progresso traz.

Para sempre, a população será brindada com a irrigação, que constitui um dos objetivos do projeto. É que, segundo os números anunciados, o empreendedorismo possibilitará a formação de um reservatório de 9.100 hectares, com potencial para irrigar 10 mil hectares de início, embora possa alcançar 35 mil.

Pena que Daniel Fonseca Junior não esteja mais vivo para saudar, com sua sensibilidade e euforia oratória, o futuro que enfim chegou.

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