Não havia conhecido uma pesquisa produzida pelo arquiteto norueguês Bjorn Borge, que lhe deu o nome de “LUGAR NENHUM - um atlas de países que deixaram de existir”, trabalho publicado em 2021. No entanto, o veterano e competente jornalista e professor Aylê-Salassié Filgueiras Quintão, sediado em Brasília depois de anos de atuação em várias partes do mundo no exercício do jornalismo, teve a gentileza de advertir-me para a relevância do texto:
O título já é bem expressivo. A inspiração para a leitura veio do recente encontro em Anchorage, no Alaska (que já pertenceu à Rússia), dos presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia. O propósito era encontrar uma maneira de terminar a guerra com a Ucrânia, invadida pela Rússia para, explicitamente, anexar 20% do território ucraniano. Essa reunião seria seguida de outra entre Trump com Volodymyr Zelenski, Presidente da Ucrânia.
O pesquisador norueguês alerta sobre o desaparecimento de países e regiões geopolíticas que atenua um pouco qualquer surpresa. De 1840 a 1975, apareceram e desapareceram no mundo 50 países, todos submetidos a invasões territoriais, acordos sinistros ou enigmáticos como os que deram fim a Rússia do Sul, Trieste, Manchuko Biafra, Bopal e outros até na América Latina: Boicá, Iquique, Terra de Fogo, Corrientes, Zona do Canal, e inclusive o Acre, no Brasil. Houve país que durou um mês e Borge documentou a existência deles, sobretudo a partir selos de Correio, cunhagem de moeda, carimbos, papéis impressos com os nomes oficiais reconhecidos ou não, porque foram apagados do mapa e da história.
O desaparecimento desses Estados não seria novidade, porque o colonialismo europeu, que se espalhou pelo mundo, começou a sofrer sucessivos retrocessos, desde a metade do século passado, diante das lutas de independências regionais. As guerras mundiais – 1914 e 1940-, moveram também fronteiras, extinguiram e criaram novos países no próprio território europeu. O pós-guerra gerou, em contrapartida, organismos internacionais tipo Organização das Nações Unidas, Tribunais Internacionais de Justiça, Organização Mundial do Comércio, Mercados comuns na Europa, na Ásia, na América, enfim desencadeou uma estratégia para alcançar a paz e manter a boa vizinhança entre os países e nações do mundo.