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Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O drama das cidades

Publicado em 21/09/2020 às 16:54.Atualizado em 27/10/2021 às 04:36.

Conversando com o médico Jackson Machado Pinto, secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, logo no princípio da atual gestão, eu lhe disse da coragem de que tinha de armar-se para enfrentar os problemas de uma capital como a nossa. Ele contestou, informando que o prefeito Kalil e ele estavam conscientes e prontos para o desafio.

            O quatriênio, contudo, veio com o acréscimo cruel da Covid, que há seis meses inquieta e atormenta. Na realidade, os futuros chefes do Executivo que se elegerão daqui a dois meses, devem preparar-se para o imenso repto de administrar. As cidades projetadas para sedes de capital não sofreram menos.

            Adalberto Lassance, coordenador de implantação do Sistema Cartográfico do Distrito Federal e membro do IHGDF, comentou na Revista do instituto, há pouco: “Não bastassem as cidades satélites diferentes de Brasília, por questões socioeconômicas e outras, o problema migratório e o mercado fácil da especulação imobiliária provocaram a discriminação desordenada de loteamentos na periferia”.

            Em verdade, ponderáveis parcelas dos brasileiros do interior julgam que basta ir para a cidade maior e mais importante, que resolverão o seu problema fundamental: ter onde morar com a família. Longe disso.

            Milhares e milhares pensam o mesmo e seguem esse caminho, que não resolve o seu projeto de vida e provoca novos reptos aos administradores. Como registra Lassance, da situação “decorre violenta pressão sobre os equipamentos urbanos e comunitários, particularmente em áreas de saúde, transportes e segurança pública: “que se tem constituído num pesadíssimo ônus para o governo local, como se já não fossem suficientes os problemas com os seus próprios habitantes oriundos de outras regiões do país”.

            Assim é, de fato, com Brasília e Belo Horizonte em especial, mas, por extensão, com todas as cidades, com cada lote doado ou comprado das imobiliárias, tem-se um reflexo extenso: mais gentes que desejam ir para grupamento maior e com supostamente mais bons serviços à população. Esta demanda é permanente e as prefeituras têm de se virar para bem atender.

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