Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O futuro do bosque

Publicado em 10/02/2024 às 06:00.

Jornalista, professor, doutor em História Cultural, com 82 anos, atuante pleno na Universidade de Brasília, Aylé-Salassié Filgueiras Quintão, é – como antes já disse – mineiro, da Zona da Mata. Sob muitos aspectos e sobre muitos problemas, nossos pontos de vista se assemelham. Vejam o que ele afirma e com que concordo: 

“Provavelmente, no futuro próximo, não encontraremos  fortunas fabulosas concentradas em poucas pessoas. Um por cento dos mais ricos  são proprietários privados  de quase  50 por cento do PIB mundial: US$ 96,5 trilhões. Não há mais espaço para isso! São 8 bilhões de seres humanos habitando este Planeta, expandindo-se a um ritmo  de aproximadamente 1,0 por cento ao ano, numa  média de 800 mil novos nascimentos.

E não são as ideologias que estão provocando essa  potencial inversão de valores. Elas são apenas   véus (discursivas) que nos distraem da verdade absoluta: a ameaça de extinção da vida no Planeta. É a realidade!... Os recursos naturais - a biodiversidade, as florestas, as águas - são cada vez mais escassos para uma população que cresce assustadoramente.  

Os dramas ambientais aterradores frequentes são banalizados no cotidiano: tsunamis, terremotos, exploração irrefreável do subsolo (a terra está se tornando uma espécie de queijo mineiro: toda furada por dentro) , temperaturas nunca experimentadas, inundações, secas prolongadas, desmatamento, queimadas,  perda de terras cultiváveis, escassez de alimentos, quase 1 bilhão  de pessoas famintas. E continua a falar-se em  desenvolvimento  (econômico), industrialização, guerras fratricidas, até nucleares. Tudo predatório  dos recursos naturais que protegem a Terra e os princípios ativos da vida (...).

Falta gestão, mas o Brasil tem, de fato, se adiantado na busca de soluções. Promulgada em 5 de outubro, a Constituição de 1988 pôs em destaque em um capítulo especial, capitaneado pelo artigo 225, segundo o qual a proteção do meio ambiente é um direito do cidadão. Foi a primeira Lei Magna no mundo a tratar dessa questão. Para homenagear seus  autores  parlamentares, a comunidade brasiliense, idealizou em Brasília, na praça dos Três  Poderes, um monumento ambiental simbólico  com o nome de Bosque dos Constituintes, em que cada um daqueles congressistas, acompanhado de  grupos de escolares, entre 12 a 15 anos,  plantou uma árvore nativa do bioma da  região de origem”.  

A esta altura do tempo e das circunstâncias, poder-se-ia perguntar: que futuro terá o Bosque? Ou não terá nenhum? Os dias estão tempestuosos e destruidores.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por