Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Paz difícil

Publicado em 25/10/2025 às 06:00.

O mundo está efetivamente em rebelião, como dizia aqui, dias antes. Nós que trabalhamos ou escrevemos em jornais acompanhamos com apreensão o problema. Aylê-Salassié Filgueiras Quintão, que é do ramo e professor, disse: “Não bastassem os cenários apocalípticos, cada vez mais frequentes, as erupções vulcânicas, os terremotos, tsunamis, inundações, e o covid-19, deixando para trás marcas de destruições catastróficas, os homens, mesmo assim, insistem em fazer guerra. É a "marcha da insensatez" de um grupo de meia dúzia de líderes empoderados pelas próprias ambições. Essa vaidade pessoal, transferida para os estados nacionais, extingue vagarosamente a vida no planeta. Desorganiza países, economias, cidades, promove a morte de populações inteiras, fecham escolas, hospitais, explodem pontes e destroem terras agrícolas”.

E o que se pode aproximadamente pensar, diante do que ora ocorre acima da linha do Equador, cá nas terras descobertas por Colombo. Os Estados Unidos, parceiro do Brasil em mais de um entrevero, inclusive duas guerras mundiais, não se contentam com os conflitos entre a Rússia e Ucrânia. Estão travando uma guerra de boca com a Venezuela, coisa, aliás, de muito tempo.

Os dois querem controlar a navegação no Golfo do México, segundo Trump, para acabar com o ingresso de narcotraficantes em território ianque. Nicolás Maduro sabe que não pode enfrentar o Donald, porém Tio Sam insiste no afundamento de barcos venezuelanos na região, sempre com mortes.

Em que isso vai dar, adivinha-se. Enquanto na margem mexicana do rio Grande a história disputa com a força defensiva ianque segue, o orador principal do Salão Oval da Casa Branca se volta contra a Colômbia. Em seu natural destampatório, Trump anunciou que, se o Executivo ao lado não tomar providências contra as gangues do narco, ele mandará dispositivos americanos fazê-lo. Não disse quando, nem como.

No entanto, em âmbito interno, as coisas tampouco andam boas. Milhares de manifestantes tomaram as ruas de várias cidades dos Estados Unidos em protestos contra políticas vistas como autoritárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O protesto, chamado “No kings” (sem reis), organizado por cerca de 300 grupos civis, critica medidas do republicano relativas à imigração, educação e segurança que estão levando o país por um caminho autocrático, segundo os manifestantes. Entidades participantes mobilizaram cerca de 2,6 mil focos de protesto.

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