O Norte de Minas, um pedaço do sertão brasileiro, foi tido por longo tempo como território de pobreza e penúria. Muito sofrimento passou a população daquela região, a despeito da insistente e ininterrupta luta empreendida por suas lideranças para mudar o quadro de dificuldades que imperou por ali. De Montes Claros para cima, a impressão que provocava ao visitante antes de tudo, era de dó.

No entanto, a insistência de suas representações no âmbito político, pela atuação de seus deputados e prefeitos, mas também de sua gente, denodada e forte, foi vencendo as dificuldades e angústias. A voz de seus cantores, tanto quanto a beleza da criação artística, suas bordadeiras, entre outros setores da comunidade, ganharam terreno e respeito. A voz e a vez dos artistas fizeram-se sentir nas capitais brasileiras, começando a ganhar fama. A Sudene teve papel valioso para determinadas áreas.

Trata-se, inegavelmente, de um pedaço do Brasil que não se poderia menosprezar, muito menos ignorar. Mais recentemente descobriu-se que terras raras ali existiam, inclusive com apreciáveis reservas de Lítio, cuja exploração irá contribuir para bem situar seu povo. O futuro dirá.  Agora, mais recentemente ainda, descobriu-se que ali se localiza uma das mais grandiosas reservas naturais de beleza e de riqueza histórica do planeta. O deputado Reginaldo Lopes a descreveu e eu transcrevo: 

“Uma conquista histórica foi anunciada na sede da Unesco, em Paris: o Cânion do Peruaçu, localizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, recebeu oficialmente o título de Patrimônio Natural da Humanidade. Essa definição, concedida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, representa um marco não apenas para Minas Gerais, mas para todo o Brasil, reforçando a importância de preservar e valorizar nossos patrimônios naturais e culturais”.

Estou plenamente de acordo com o parlamentar: “Fortalecer as ações de   preservação e promover a cultura indígena, o Peruaçu se firma   como um símbolo de orgulho para Minas Gerais e um exemplo de como a união entre conservação e crescimento pode gerar benefícios duradouros para toda a sociedade”.