Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Putin perde espaço

Publicado em 19/03/2022 às 06:00.

Putin sofre com seu prestígio abalado e, evidentemente, o fato influenciará nos destinos da guerra entre a Federação Russa e Ucrânia. O mundo está dividido mais uma vez e, evoluindo para um mês, não se pode afirmar quem triunfará neste conflito que tão seriamente abala praticamente as nações de todos os continentes, após a devastadora pandemia, que a nenhum país perdoou.

A situação interna na grande nação de Dostoievski é de apreensão. Mesmo com as severas restrições à divulgação de movimentos mais expressivos contra o presidente, sucedem-se prisões dos que se opõem à sua política e à guerra.

Quando quase 7 mil cientistas, matemáticos e acadêmicos se manifestam numa carta aberta ao presidente, a fim de protestar energicamente contra a guerra, se tem uma ideia do que anda além das ruas. Útil saber que esse  segmento se sujeita a pesadas multas ou penas de prisão sob a legislação vigente, aprovada há alguns anos. Por ela, permite-se que as autoridades processem qualquer cidadão que critique o governo.

Mesmo assim o documento é claro: “Estamos convencidos de que nenhum interesse geopolítico pode justificar as mortes e o banho de sangue”. Sabe-se que o Parlamento russo promove discussões sobre o projeto de lei que visa endurecer as punições aos que se opõem à guerra.

Enquanto milhares de russos foram presos por contrários ao conflito, há ainda a posição duvidosa de Putin no cenário internacional. Nem todos continuam acreditando no que ele afirma. Nos meses anteriores, ele declarou que não tinha planos de invadir a vizinha. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, foi peremptório ao dizer que o mandatário mentira, evitando referir-se aos seus planos de invasão.

Stoltenberg acrescentou: “Não temos todas as informações, mas é uma invasão de uma nação pacífica, livre e independente”. Declarou também que a invasão russa já havia sido prevista pelo serviço de inteligência da organização e que a aliança tentou, de várias maneiras, que a Rússia mudasse o rumo. "Mas a Rússia fechou as portas para uma solução política e diplomática. Nossa inteligência foi muito precisa, previu por meses essas intenções de atacar a Ucrânia e nós vamos continuar pedindo para a Rússia mudar o caminho".

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