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Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Sucumbe um Nobel

Publicado em 29/04/2025 às 06:00.

O escritor e Nobel de Literatura Mário Vargas Llosa morreu, aos 89 anos, em Lima, capital do Peru, país em que nasceu e faleceu em 20 de abril de 2025.  A informação foi confirmada publicamente por seu filho, Álvaro Vargas Llosa, por meio de uma publicação na rede social X (antigo Twitter). Reconhecido como um dos maiores da literatura latino-americana, Vargas LIosa teve uma carreira marcada por obras que atravessaram fronteiras e conquistaram leitores em todo o mundo; em 2010 recebeu o Prêmio Nobel, consagrando seu legado literário e intelectual.

 Como não poderia deixar de ser, os veículos de comunicação dedicaram a Llosa grandes ao fato. Autor de “Conversa na Catedral”, “A festa do bode”, “A guerra do fim do mundo” e outros livros essenciais, o autor sempre defendeu o caráter libertário da ficção.

Entusiasta do que era realmente digno, LIosa deu valor à literatura produzida na América Latina e deu ênfase, entre as obras de escritores brasileiros, a “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa.

Em visita a Belo Horizonte, compareceu ao programa “Sempre um papo”, antecipadamente advertindo que não concederia autógrafo, posição a que transigiu. 

Nas notas incluídas no noticiário sobre seu falecimento encontrei referências a seu “Dicionário Amoroso da América Latina”, que ele escreveu em Londres, em 2005. Estranhei porque, apesar de suas opiniões em determinadas circunstâncias, de suas posições em certos episódios e questões, Llosa foi um cidadão que amou profundamente poetas, historiadores e romancistas a interessar-me por seu pedaço de mundo em que nasceu e veio passar seus últimos dias.

O escritor confessa que descobriu a América Latina em Paris, em 1950, convertida em .................em “capital da literatura latino-americana, como a definiu Octávio Paz. Mas Llosa explica e se explica:

 “Esse meu descobrimento da América Latina, naqueles anos, impulsionou-me a ler seus poetas, historiadores e romancistas e a interessar-me por seu passado e seu presente, a viajar por todos os seus países e a viver seus problemas e suas lutas políticas como se fossem meus. Desde então, comecei a me sentir, antes de tudo, um latino-americano. Que nunca deixei de ser e servir para sempre, embora entenda melhor hoje que o latino-americano não é mais que uma expressão do universal, sobretudo do ocidental, apesar do fato de as minhas ilusões de uma América Latina livre, próspera, impregnada pela cultura da liberdade, terem oscilado bastante entre o otimismo e o pessimismo à medida que o mundo no qual nasci parecia encontrar o rumo democrático ou sucumbia uma vez ou outra ao autoritarismo e à violência”.

 Em verdade, não vencemos completamente este estágio.

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