De uma hora para outra, um grande susto. No último dia de julho de 2025, os Estados Unidos anunciaram uma série de tarifas comerciais afetando dezenas de países, mas especificamente o Brasil. Nosso país foi o mais impactado, com tarifa de 50% sobre muitos de seus produtos, embora 43% das exportações fossem previamente exclusivas da sobretaxa, com base em uma lista de itens considerados estratégicos.
Os brasileiros estranharam. A nação nas duas grandes guerras esteve em favor de Tio Sam, mesmo com navios afundados e com a queda de suas exportações. Não ficou nisso. Mandou grupos expedicionários lutar na Europa. O Atlântico Sul ficou bem defendido em todo nosso litoral. Cederam-se partes de seu território para instalação de bases aéreas, sobretudo no Nordeste. O Japão, um inimigo cruel no segundo conflito mundial, foi ferido agora com tarifa, assim como a Coreia do Sul, outro sério adversário.
Os nascidos aqui sempre se associaram em pensamento e sentimento aos europeus que se instalaram no território hoje americano. Uma vasta parte do atual Estados Unidos foi povoada por hispânicos, muito antes da ocupação pelos colonizadores ingleses e franceses. O presentemente denominado Sudoeste dos EUA foi originariamente território colonizado pelos espanhóis, tornando-se México depois da independência em 1821.
Houve época em que um líder do Tio Sam declarou: “A América é para os americanos... do Norte”. Ainda assim, o Brasil permanece firme. Independente, soberano, resiliente. Apesar das vicissitudes, das mudanças súbitas na política internacional, das tarifas impostas de forma brusca e das feridas que elas provocam na economia e no orgulho nacional, o país resiste. Resiste porque sua força está enraizada não apenas nos recursos que exporta, mas na história que carrega, na coragem de seu povo, nas alianças que construiu com sangue e diplomacia.
Mais que tarifas, a história do Brasil se mede por legado, persistência e a convicção de que continuar altivo é a maior afirmação de quem somos.