Há pontos de aproximação entre o autor deste registro diário na imprensa e Patrus Ananias, nascidos respectivamente em Montes Claros e Bocaiúva, no distante sertão mineiro. Ele ingressou na política, elegeu-se depurado federal, prefeito de Belo Horizonte, alcançou o ambicionado cargo de Ministro. Ele entrou para o PT, enquanto o signatário desta coluna não o fez, nem jamais pretendeu.
Minha mãe era nascida em Conceição do Barreiro, distrito integrante de Bocaiúva, hoje emancipado com o nome de seu ilustre filho- Francisco Dumont. É uma longa história, e Bocaiúva serve de terra natal também para outros brasileiros distintos, como José Maria de Alkmin e o cartunista Henfil e seu irmão, Betinho, herói da campanha contra a fome no Brasil, em tempos idos e sofridos.
Os Patrus, de raízes distantes no outro lado do Mediterrâneo, fizeram também atuação política, como se sabe. Da família procederam os que, por outro lado, projetaram e implantaram a cervejaria Alterosa em Pirapora, simpático núcleo em que se inicia a navegação do rio são Francisco. Sobre todos muito há a escrever.
Em recente volume editado pela Câmara Federal, Patrus Ananias de Souza discorre sobre “Orçamento Público e a Soberania Nacional”, temas sempre em evidência.
Para ele, contudo, prioridade no ensino da língua é essencial. Diz : “A nossa língua é o Português, enriquecido com os signos, os registros e a melodia próprios do povo brasileiro. Presentes na Língua Portuguesa, a contribuição da cultura dos afro-brasileiros e das linhas dos povos indígenas, a serem preservadas e alargadas”.
Aceitável, assim, de bom grado a lição de Patrus. O parlamentar- professor, política faz- deste modo- um registro válido, que me sinto no dever de transcrever:
“Precisamos construir os necessários parâmetros gramaticais que assegurem a unidade e a expansão articulada da linguagem sem reprimir a elasticidade vocabular, comunicativa e cultural da nossa gente. E as duas outras disciplinas que me parecem essenciais à construção da consciência nacional desde a infância são a história e a geografia. Os povos que se afirmam historicamente jamais desprezaram o seu passado e o seu território”.