Há brasileiros que sequer supõem existir um país, que é limítrofe do nosso, chamado Guiana. The Cooperative Republic of Guyana" está localizada no norte da América do Sul, o único de colonização britânica da região. A população concentra-se na estreita planície costeira e a capital é Georgetown, da qual falei ao focalizarmos um missionário que lá perpetrou um suicídio coletivo que matou centenas de pessoas. O "religioso", por sinal, morou em Belo Horizonte, como conto.
Conflitos entre descendentes de indianos e de africanos, na Guiana, têm causado, no decorrer do tempo, instabilidade política. Seus principais produtos agrícolas têm sido cana-de-açúcar e arroz. Mas há uma histórica disputa fronteiriça com a Venezuela. Sua população é menor do que algumas cidades brasileiras, pois tem menos de um milhão de habitantes.
Sua história remonta a Colombo, que lá deu as caras no século XV, mas só começou a ser colonizada por holandeses da Companhia das Índias Ocidentais em 1621. Passa ao domínio inglês em 1814, mas, com a liberação dos escravos, em 1838, foram contratados indianos para trabalhar na agricultura.
Em 2009, inaugurou-se uma ponte sobre o rio Tacutu, ligando o país a Roraima, isto é, ao Brasil. Na oportunidade, os presidentes do Brasil e da Guiana assinaram um acordo de defesa, e, um ano após selou acordo que permite ao Irã mapear jazidas de urânio no país, enquanto a oposição acusa o governo de compactuar com o programa nuclear iraniano.
Eis a questão.
Agora, o Irã é um dos protagonistas indispensáveis na guerra Israel e Hamas contra Israel, iniciada em 7 de outubro. Estamos possivelmente caindo em uma emboscada grave, sem responsabilidade maior. Em todo caso, o jogo vem sendo armado com a Venezuela montando uma operação militar visando a construção de uma base aérea exatamente na fronteira com a Guiana.
E mais: o presidente Maduro organizou um plebiscito em 3 de dezembro para definir se o território, ora ocupado por guianenses e que se quer que passe à Venezuela.
A consulta popular resultou favorável aos planos políticos e expansionistas de Maduro. Este se exultou com a aprovação de seus súbitos ao plano, que pode causar um perigoso centro bélico na América Latina. É algo tenebroso e inquietante.