Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Violência, pauta permanente

Publicado em 03/05/2025 às 06:00.

Se a divulgação de veículos de comunicação fosse tão eficiente como se desejaria, o problema já estaria resolvido. Jornais, revistas, rádios, televisões insistem na pauta da violência no Brasil, ininterruptamente, todos os dias e horas. Mas o desafio persiste; mais do que isso, amplia-se. 

A violência não está mais somente nas ruas. Os lares se tornam cenário de crimes bárbaros, de que o feminicídio é demonstrado à suficiência. Mas hoje todo mundo sabe perfeitamente que a criminalidade se apossou de todos os recantos e da via pública, servindo como prova convincente e indisfarçável o noticiário da mídia. 

Jornal de poucos dias atrás ressaltava que o Brasil vive uma epidemia de insegurança que se alastra nas grandes e nas pequenas cidades, como temos salientado. Já não se fala simplesmente nos danos à família e à sociedade. 

A economia também está sendo brutalmente prejudicada, segundo o estudo do FMI - Fundo Monetário Internacional.  O Produto Interno Bruto de nosso país poderia chegar a 0,6% mais, se a criminalidade recuasse para a média mundial. Vê-se que não se quer milagre, mas algo perfeitamente viável. 

Entretanto, estamos muito distanciados. Em algumas regiões deste nosso território - tão grande e insanamente aproveitado e estigmatizado - os índices de violência se inserem entre os mais altos do planeta. E a Imprensa, que os revela fartamente, não mente. 

Outro levantamento indica as perdas para as empresas: a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo calcula que as companhias instaladas no território do vizinho estado deixam de faturar R$ 60 bilhões em cada ano, em decorrência da violência que inquieta a todos, permanentemente. 

Atribui-se o fenômeno à incapacidade das autoridades, sejam federais, estaduais e municipais, para enfrentar o desafio, o que é uma lástima, mas realidade. O governo federal criou mais um ministério especificamente para o combate à criminalidade. Não se conseguiu êxito até agora, contudo, e seria exigir demais - vencer o repto em tão curto espaço de tempo. Há necessidade absoluta e inadiável de resultados, sem o que o país seguirá desperdiçando seu potencial econômico, levando o setor produtivo a comprometer o bem-estar (?) da população.

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