Vamos mal. Li que o Brasil é um dos países com mais altos índices de violência no mundo, e o mundo é muito grande. O mal não se restringe a um ou outro estado e, no que se refere, por exemplo, ao número de óbitos nas estradas federais que cortam Minas, ele saltou para 10,4% no primeiro semestre deste ano.

Quem usa o veículo automotivo quer chegar mais cedo a determinado lugar. Se fosse em carroça ou a pé, deve gastar mais tempo, dependendo da distância e das condições da estrada. Entre nós, todavia, as pessoas querem chegar muito antes dos demais e terminam alcançando um recorde em termos de atestado de óbito.

Verdade que existe a conduta imprópria dos condutores de quatro rodas, dirigindo em velocidades excessivas, que multiplicam a gravidade dos impactos, fazem ultrapassagens imprudentes e atuam com desatenção. Nem se fale no uso perigoso de celulares. A fiscalização é insuficiente, é útil que se diga.

Outra forma, repugnante por sinal de violência, é a do assassinato de mulheres, cuja descrição é feita de modo avassalador pelas televisões. Não se creria que isso se dá vergonhosamente em nosso meio. A persistência nos feminicídios e o volume no Brasil dá a impressão de que se trata de um povo sem o mínimo resquício de humanidade, como se conclui na narrativa de episódios cruéis e sucessivos.
 
Acontece no país todo, mas também em Minas Gerais, uma unidade nacional caracterizada pelas manifestações de solidariedade, humanismo, afetos, religiosidade e bondade.

Os mais recentes índices divulgados pelo Mapa Nacional da Violência de Gênero indicam que a terra de Marília de Dirceu, de mulheres que honram as mais nobres tradições mineiras, é palco de espetáculos selvagens que nos enchem de tristeza e dor. No primeiro semestre deste ano, a cada período de três dias há um feminicídio no seio de nossa população.