Juliana Guimarães*
O glaucoma é um dos problemas oculares mais comuns. Durante a semana mundial do glaucoma, de 10 a 14 de março, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) aponta que, nos últimos cinco anos, mais de 85 mil brasileiros passaram por uma cirurgia para controle, sendo 20.248 delas apenas no ano passado, o equivalente a 55 operações diárias.
A maior ocorrência das intervenções foi em São Paulo, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente. O cantor Marrone, da dupla Bruno e Marrone, por exemplo, é um dos maiores exemplos brasileiros atuais que passaram pelo procedimento neste ano, após ter sido diagnosticado com a patologia, já em estado avançado.
O glaucoma decorre da morte acelerada das células responsáveis pela visão, por diversos mecanismos, e se subdivide em glaucoma de ângulo fechado ou aberto. Nos casos de ângulo fechado, a pessoa apresenta elevação da pressão intraocular, devido a fatores anatômicos e o tratamento é cirúrgico. Nos casos de ângulo aberto, a doença é silenciosa e, frequentemente diagnosticada somente em casos mais avançados, quando já existe perda na visão.
Os dados do CBO revelam que nos casos crônicos pode se tratar a doença com colírios para controle da pressão, sendo às vezes, mais de um, aplicando diariamente, afinal o glaucoma não possui cura.
A cirurgia é indicada apenas para os diagnósticos já avançados. Um dos mais populares e seguros é o Selective Laser Trabeculoplasty (SLT), usando o laser para melhorar o escoamento e assim diminuir a pressão intraocular. Alguns pacientes ficam livres dos colírios, após realizar esse procedimento. Nos casos mais graves, a cirurgia cria uma abertura extra para escoamento do líquido e consequente diminuição da pressão intraocular.
Existem diferentes fatores de risco para o glaucoma e quem tem histórico familiar para a doença, mais de 45 anos, miopia e hipermetropia, deve ter muita atenção. Os médicos reforçam a importância de consultas periódicas nesses casos para evitar surpresas desagradáveis.
É crucial ainda lembrar que, mesmo após a cirurgia, deve-se manter um acompanhamento ocular constante, uma vez que a intervenção serve para controle, já que o glaucoma não possui cura e novas intervenções podem ser necessárias.
* Oftalmologista