A ciência e a prática do feedback: dados, cases e lições

Publicado em 04/11/2025 às 06:00.

Renata Freires*

Dar e receber feedbacks é uma das habilidades mais valiosas dentro das organizações, mas também uma das mais desafiadoras. Quando conduzido de forma clara e construtiva, fortalece a confiança, orienta caminhos de desenvolvimento e gera engajamento. Não à toa, pesquisas recentes mostram que 97% dos profissionais consideram o feedback regular fundamental para sua evolução no trabalho.

Um exemplo emblemático vem da Adobe, que em 2012 abandonou as tradicionais avaliações anuais de desempenho para adotar um modelo mais dinâmico: conversas frequentes chamadas de “Check-Ins”. A mudança surgiu da percepção de que relatórios anuais eram demorados, estressantes e pouco efetivos para promover melhorias imediatas. O resultado foi expressivo: a empresa registrou queda de 30% no turnover voluntário e maior satisfação entre os colaboradores.

Para que o feedback funcione, no entanto, é preciso de técnica. Do lado de quem aplica, clareza e objetividade são fundamentais, sempre baseando a conversa em fatos concretos, evitando julgamentos pessoais e equilibrando críticas construtivas com o reconhecimento genuíno. Oportunidade também é palavra-chave: quanto mais próximo do acontecimento, maior a chance de o retorno gerar mudanças efetivas.

Já para quem recebe, a postura deve ser de escuta ativa e abertura, transformando a devolutiva em aprendizado e plano de ação, sem reações defensivas imediatas. Colaboradores relatam que, por exemplo, não conseguiam entregar suas demandas a tempo. As lideranças das empresas, então, resolveram instruí-los com críticas construtivas, o que resultou na melhoria de desempenho dos funcionários, que passaram a render mais.

A arte de aplicar e receber feedbacks vai além de um processo pontual: trata-se de uma prática estratégica que deve fazer parte da cultura organizacional. Quando empresas e profissionais encaram o feedback como um diálogo de aprendizado, o resultado é um ambiente mais colaborativo, transparente e voltado ao crescimento.

Ao mesmo tempo em que líderes desenvolvem suas equipes, os colaboradores assumem protagonismo em sua evolução, gerando benefícios que se refletem no desempenho coletivo e na sustentabilidade dos negócios.

* Fundadora da RHF Talentos. Formada em Administração e possui pós-graduação em Gestão de Pessoas

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