A volta de Miro agita a política no Rio

Publicado em 17/06/2025 às 06:00.

Aristóteles Drummond*


O ex-deputado Miro Teixeira tem uma das mais longevas carreiras na política fluminense. Teve onze mandatos de deputado federal, disputou o governo do Estado e só em 2022, em meio a esta polarização à qual era estranho, é que perdeu o mandato.

Agora, aos 80 anos, e graças a Deus em bom estado, se propõe a voltar à cena numa provável candidatura ao Senado, pelo PDT. Em 1982, Miro disputou e perdeu a eleição de governador justamente para Brizola, a cujo partido e grupo veio se juntar mais tarde. Foi ministro das Comunicações também.

A acolhida que esta volta vem tendo é mais uma demonstração que a sociedade quer a volta das coisas boas à política. Combativo, nunca teve sua honestidade pessoal contestada, exerceu os mandatos com dedicação e coerência. Tem muito a oferecer com tão grande experiência e sensibilidade ao interpretar legítimos anseios populares.

Miro pertence a uma geração que deu bons parlamentares ao Estado do Rio, e ainda disponíveis, como Rubem Medina, Moreira Franco, Marcio Fortes, Aloísio Teixeira e Cesar Maia. 

O Rio, em todas as tendências e partidos, teve políticos de relevância, como os senadores Nelson Carneiro, Darcy Ribeiro, Afonso Arinos, Benjamin Farah, Saturnino Braga, Amaral Peixoto, Jamil Haddad, deputados como Francisco Dornelles, Roberto Campos, Léo Simões e Álvaro Valle. Urge se buscar substitutos à altura para o resgate do prestígio e respeitabilidade da classe polícia. 

O prefeito Eduardo Paes tem tido sucesso em formar um grupo jovem de qualidade como os deputados Pedro Paulo e Daniel Soranz, seu vice, Eduardo Cavaliere, e o vereador Carlos Caiado. O Novo tem dado nomes de qualidade e jovens como o vereador Pedro Duarte. Mas é preciso renovar mais.

As entidades de classe e as agremiações de caráter recreativo ou cultural podem estimular valores a disputarem mandatos já no próximo ano. O Rio, quando capital da República, teve vereadores do mais alto nível, como o embaixador Paschoal Carlos Magno, a escritora Adalgisa Nery, o compositor Ary Barroso, a professora Sandra Cavalcanti, Alberto Cotrim Neto e tantos outros.

Cabe ainda registrar que na decisão de Miro Teixeira está a confirmação da força da vocação para a vida pública nos verdadeiros políticos. Deixa uma zona de conforto para a disputa. Só pode merecer respeito e reconhecimento.

O Brasil precisa voltar a ter classe política compatível com uma democracia respeitada a ser preservada.

*Jornalista

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