Aécio, o neto de Tancredo

Publicado em 13/05/2025 às 06:00.

Aristóteles Drummond*


A gravidade da situação política do Brasil está tendo como decorrência natural o protagonismo do deputado Aécio Neves, um dos mais experientes políticos com presença no Congresso Nacional, conhecido e respeitado pela população brasileira de norte a sul do país.

Aécio foi o neto que Tancredo Neves via como sucessor. Muito novo, foi secretário particular do avô na campanha de 1985, tendo sido, no ano seguinte, o mais jovem e o mais votado deputado da bancada mineira e logo foi presidente da Câmara dos Deputados em pleno processo de consolidação da democracia.

Eleito e reeleito governador de Minas, senador da República, voltou à Câmara dos Deputados, que é o principal palco da política nacional. Tem todas as condições de coordenar essa frente ampla para retirar o país dessa polarização que impede o encaminhamento correto das questões que afligem o povo brasileiro.

Aécio, em pronunciamentos amplamente divulgados nas redes sociais, condena essa divisão entre dois políticos divorciados dos interesses nacionais, voltados para um debate estéril. A proposta é simples e direta: colocar na pauta nacional o bom senso, a conciliação, o respeito aos fundamentos de nossa democracia na harmonia entre os poderes, dentro dos limites constitucionais.

A convocação do político mineiro e de dimensão nacional, que por pouco não se elegeu presidente da República em 2014, tem a força de ter o patrocínio de quem não está disputando nada que não a oportunidade de servir à democracia que o avô ajudou a construir e hoje está ameaçada por grupos de evidente baixa qualidade. Deseja que os políticos do centro, uns mais à direita e outros mais à esquerda, que formam a maioria do pensamento nacional encontrem uma trincheira para lutar pela libertação nacional.

O povo ordeiro e trabalhador, que dá lastro a uma democracia sem narrativas populistas e inautênticas, está nos 38 milhões de eleitores que escolheram, em 2022, a abstenção, o voto branco ou nulo. Não queriam compactuar com a volta dos envolvidos em mil escândalos e muito menos se alinharem a um agrupamento que mais se assemelha a uma seita do que grupo político, e que jogou fora a chance que o destino lhe deu.

A pregação não é de Aécio. Ele é apenas um intérprete do que se passa na cabeça das lideranças lúcidas do empresariado, das entidades de classe, dos intelectuais independentes e trabalhadores infirmados.

O projeto de união pelo bom senso carrega a tradição, desde o Império, da conciliação dos políticos mineiros. Minas Gerais, por circunstâncias do momento, ficou sem comando político, apesar da gestão do estado ter sido confiada a um homem bem-intencionado, mas sem perceber que os políticos mineiros vêm de longe nos serviços prestados ao Brasil. A bancada federal mineira, por exemplo, está entre as mais qualificadas do Brasil, com políticos de muitos mandatos e formados nas melhores escolas do patriotismo como Paulo Abi-Ackel, Lafayette Andrada e Rodrigo de Castro. Consta, porém, que este governador mal os conhece.

O movimento de união pelo Brasil é a luz que surge na escuridão que vive nossa democracia. 

*Jornalista

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