Juliana Guimarães*
Algumas doenças e infecções são comuns durante o calor e, por isso, é importante ter cuidados diários para manter a saúde ocular e evitar incômodos. O adenovírus é bastante conhecido e um de seus principais efeitos é na visão, provocando a conjuntivite. A condição ocorre durante todo o ano, porém, é mais frequente durante o verão, devido às altas temperaturas. Muitos desses agentes precisam do calor para se desenvolverem, além de se propagarem através da água. Por isso, quanto mais quente e úmido o local, melhor será para os microrganismos.
A doença atinge a membrana conjuntiva, responsável por envolver o globo ocular e a parte interna das pálpebras, sendo facilmente transmitida pelo contato com pessoas ou objetos contaminados.
Os principais sintomas da condição são os olhos de aparência vermelha, o inchaço, lacrimejamento, coceira, a sensação de areia, visão borrada, sensibilidade à luz e secreção de cor amarelada, podendo ser tão intensa a ponto de grudar as pálpebras. A situação é comum entre crianças, sobretudo aquelas no início da fase escolar, dos primeiros meses de vida aos dez anos, devido ao contato com outras crianças que podem estar contaminadas com o vírus e à falta de cuidado com higiene.
Outro fator a ser considerado está no elevado número de passeios para aproveitar as temperaturas agradáveis. Oportunidade para relaxar e aproveitar a família, ambientes com aglomeração facilitam a contaminação.
A combinação de calor e umidade com multidões em praias e piscinas é considerada situação de risco, sendo necessários alguns cuidados para prevenir infecções. Primeiro, é aconselhável utilizar óculos de natação ao nadar ou mergulhar, impedindo a água e quaisquer microrganismos ou sujeiras de entrarem nos olhos e causarem problemas, como conjuntivite, irritação e ceratite.
Em caso de contaminação, deve-se aplicar compressas de água gelada para auxiliar no inchaço e coceira. Trocar toalhas e fronhas diariamente evita o contágio do outro olho, ou de outras pessoas. A exposição à luz do sol pode causar desconforto, sendo indicado óculos para proteção solar.
A automedicação é uma ação a ser evitada e deve-se consultar um oftalmologista para avaliação e indicação de tratamento adequado. Muitos dos colírios usados têm efeitos colaterais graves, como elevação da pressão ocular e, consequentemente, glaucoma, além de perpetuar o quadro, inibindo a resposta imune agravando a situação.
*Oftalmologista