Calor, praia e olhos irritados

Publicado em 11/04/2025 às 06:00.Atualizado em 11/04/2025 às 18:35.

Juliana Guimarães*


Algumas doenças e infecções são comuns durante o calor e, por isso, é importante ter cuidados diários para manter a saúde ocular e evitar incômodos. O adenovírus é bastante conhecido e um de seus principais efeitos é na visão, provocando a conjuntivite. A condição ocorre durante todo o ano, porém, é mais frequente durante o verão, devido às altas temperaturas. Muitos desses agentes precisam do calor para se desenvolverem, além de se propagarem através da água. Por isso, quanto mais quente e úmido  o local, melhor será para os microrganismos.

A doença atinge a membrana conjuntiva, responsável por envolver o globo ocular e a parte interna das pálpebras, sendo facilmente transmitida pelo contato com pessoas ou objetos contaminados.

Os principais sintomas da condição são os olhos de aparência vermelha, o inchaço, lacrimejamento, coceira, a sensação de areia, visão borrada, sensibilidade à luz e secreção de cor amarelada, podendo ser tão intensa a ponto de grudar as pálpebras. A situação é comum entre crianças, sobretudo aquelas no início da fase escolar, dos primeiros meses de vida aos dez anos, devido ao contato com outras crianças que podem estar contaminadas com o vírus e à falta de cuidado com higiene.

Outro fator a ser considerado está no elevado número de passeios para aproveitar as temperaturas agradáveis. Oportunidade para relaxar e aproveitar a família,  ambientes com aglomeração facilitam a contaminação.

A combinação de calor e umidade com multidões em praias e piscinas é considerada situação de risco, sendo necessários alguns cuidados para prevenir infecções. Primeiro, é aconselhável utilizar óculos de natação ao nadar ou mergulhar, impedindo a água e quaisquer microrganismos ou sujeiras de entrarem nos olhos e causarem problemas, como conjuntivite, irritação e ceratite.

A recomendação é manter as mãos higienizadas e nunca colocar nos olhos, nariz ou boca, sem estarem limpas. Os objetos de uso pessoal não devem ser compartilhados. Os cosméticos fora do prazo de validade devem ser descartados (também é preciso ter cuidado com a aplicação para não encostar nos olhos) e, se possível, evitar locais muito cheios e trocar a água da piscina, rotineiramente, para eliminar impurezas.

Em caso de contaminação, deve-se aplicar compressas de água gelada para auxiliar no inchaço e coceira. Trocar toalhas e fronhas diariamente evita o contágio do outro olho, ou de outras pessoas. A exposição à luz do sol pode causar desconforto, sendo indicado óculos para proteção solar. 

A automedicação é uma ação a ser evitada e deve-se consultar um oftalmologista para avaliação e indicação de tratamento adequado. Muitos dos colírios usados têm efeitos colaterais graves, como elevação da pressão ocular e, consequentemente, glaucoma, além de perpetuar o quadro, inibindo a resposta imune agravando a situação.

*Oftalmologista

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