Zé Silva *
Na primeira semana de dezembro, realizamos na Câmara Federal um encontro em homenagem aos extensionistas rurais no Dia da Extensão Rural, comemorado em 6 de dezembro, data também de aniversário de 69 anos da Emater-MG, onde somos profissional de carreira e tive a honra de presidir.
A intenção com esse encontro foi cumprida, de ser um momento de celebração mas, principalmente, de reunir lideranças, gestores, extensionistas e produtores rurais numa oportunidade para reflexões, debates e intercâmbio de ideias para fortalecimento e sustentabilidade dos serviços e contribuições da Extensão Rural para o desenvolvimento sustentável no Brasil.
Com esse sentido, manifestamos algumas propostas e ações que vimos trabalhando em conjunto com diversas lideranças e parceiros da extensão rural. Entre essas, dissemos da necessidade de o Governo federal elevar sua participação a um patamar minimo de 35% dos recursos para sustentação dos serviços de assistência técnica e extensão rural no país.
Essa medida ajudaria a acelerar os processos de universalização desses serviços, que hoje chegam a apenas metade dos cerca de quatro milhões de agricultores familiares brasileiros. Essa universalização da extensão rural significa maior segurança alimentar, mais geração de renda e trabalho para as populações rurais e fortalecimento dos processos de redução das desigualdades sociais.
Também manifestamos nossa demanda de elaboração de novos arranjos institucionais da relação do Estado brasileiro com as organizações dos agricultores familiares e dos extensionistas, com o terceiro setor da econômica e com os mercados. E que a ANATER - Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural se consolide como a área de inteligência do governo nas formulações desses arranjos e liderança para fortalecimento e configurações de uma renovada Extensão Rural.
No âmbito das entidades estatais de extensão rural, e como uma das propostas acatadas no seminário que realizamos em todas as regiões do pais, em 2016, “A Extensão Rural que queremos, e o Brasil precisa”, propusemos que se adotem para a prestação de serviços as redes de extensionistas, com equipes multidisciplinares e atuando em territórios segundo a vocação econômica. E ainda, a realização de concursos públicos nessas entidades e a implantação de planos de carreira.
* Zé Silva é agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG