Mauro Condé*
“Reconhecer os próprios erros não é humildade, não. Reconhecer e aprender com os próprios erros é ambição”. Pedro Bial
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes filmes biográficos.
Eles me levaram para uma visita imaginária a um set de filmagens brasileiro, onde fui recebido por Nelson Freitas, a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
-Inspire-se no provérbio português que diz que “é preciso medir a água conforme o fubá que se tem” sob o risco de transformar sua ambição positiva em ganância destrutiva.
Nelson interpreta um dos maiores empresários do Brasil no filme “Eike Tudo Ou Nada”.
Este filme retrata um trecho da vida de Eike Batista, a partir da época em que o Pré-sal se tornou motor da expansão econômica brasileira, por volta de 2006.
Ambicioso e visionário, Eike criou o grupo EBX para abrigar empresas capazes de declarar uma inédita concorrência às duas maiores multinacionais brasileiras ao mesmo tempo – a Vale no ramo de minério e a Petrobrás no ramo de petróleo.
O filme conta a aventura empresarial de Eike em forma de montanha-russa, partindo do início da sua trajetória, passando pelo seu auge como sétimo homem mais rico do mundo até chegar ao declínio do império que ele construiu.
Eike viu sua fortuna estimada em 30 bilhões de dólares se derreter rapidamente, após abrir o capital da sua empresa e atrair os investidores mais ricos do planeta para, em seguida, ser abandonado por eles, assim que dados oficiais divulgaram uma realidade de suas empresas muito distante das promessas iniciais.
Sua queda abalou o mercado de capitais brasileiro da época e desestabilizou até a vida de pessoas comuns que aplicaram todas as suas economias nas ações da outrora ascendente empresa que virou pó em poucos anos.
A história de Eike tem um quê de mitologia grega, como na história de Dédalo que sonhava em voar como um pássaro e produziu asas feitas de cera e cobertas por penas.
Com elas, ele e o filho ganharam os céus, porém Ícaro, maravilhado com o voo e querendo subir cada vez mais alto, ignorou a recomendação do pai para não se afastar.
Voou para muito perto do sol e encontrou a morte quando suas asas derreteram por causa do calor.
O mito de Ícaro mostra como ambição demais pode levar ao fracasso e ambição na dose certa pode levá-lo aos céus.
*Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco