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Terça-Feira,30 de Abril

Kalil e a cidade

02/11/2016 às 20:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:30

Antônio Álvares da Silva*

Terminada a luta política, está na hora da reflexão. O que antes eram propostas e anseios, agora deve tornar-se realidade, que é muito diferente da teoria. Por em prática o que se pensa é uma das mais difíceis e penosas atividades do ser humano.

A vida é inibidora de nossos desejos. Surgem questões novas e difíceis que os planos não previram. Na política, o problema ainda mais se aguça porque a solução depende de outras pessoas e de verbas públicas, que muitas vezes são insuficientes e curtas. Há que se fazer o máximo com o mínimo, mágica para poucos.
Durante a campanha o prefeito eleito demonstrou que é adepto de uma teoria administrativa, que me agrada: cuidar do cotidiano das pessoas e da cidade no seu dia a dia, nas pequenas coisas que dificultam e aborrecem a vida de todos nós: um buraco na frente da casa, barulho exagerado, asfalto mal cuidado e por aí vai. 
Outro aspecto: Kalil disse que não precisava fazer plano de obras, seria suficiente terminar as que foram começadas. Infelizmente, muitas obras foram iniciadas para não serem terminadas. O começo se deveu apenas a interesse político. Terminá-las será sem dúvida uma grande ação.

Em visita a uma escola, ouviu queixas de pias quebras, vasos sanitários estragados, falta de material básico. Prometeu que pessoal técnico e especializado, trabalhando ininterruptamente, vai cuidar imediatamente destes problemas menores. E isto é plenamente possível.

É claro que toda administração pública tem que cuidar também das grandes obras que a sociedade sempre carente precisa para que seus habitantes vivam melhor. Mas até que fiquem prontas (se é que ficarão) é preciso que se faça alguma coisa para o cotidiano das pessoas. Isto eleva a credibilidade da administração e o povo se sente lembrado quando o comum é que se sinta sempre esquecido daqueles que prometem apenas para ganhar eleições.

Vamos verificar agora se o prefeito eleito de fato tem pendores administrativos e faça da correção dos erros menores (sem esquecer os grandes) o objetivo de sua tarefa pública.

O povo sabe julgar muito bem aqueles que elege. Quem se candidata e ganha as eleições tem um compromisso solene com pessoas. Por isto, é preciso que saiba respeitar aqueles que esperam dos governos a oportunidade de dias melhores. Principalmente quando são pobres e têm no Estado a única esperança.

(*) Professor titular da Faculdade de Direito da UFMG
 

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