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Quinta-Feira,25 de Abril

Muito além de roupas e recordes

11/08/2016 às 21:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:19

Rafael Cervone*

Desde 1912, quando as marcas do atletismo começaram a ser mensuradas, o recorde mundial do salto em altura avançou 45 centímetros e o da corrida de cem metros rasos diminuiu um segundo e dois décimos. 

Cada marca derrubada na Olimpíada testemunha o infinito esforço de superação do ser humano, o aperfeiçoamento dos métodos de treinamento e a tecnologia dos materiais utilizados pelos atletas. Neste último item destacam-se os tecidos dos uniformes.

Os avanços não beneficiam apenas os esportistas de alto rendimento, pois são aplicados na produção regular do vestuário destinado ao consumo, contemplando atletas amadores e milhões de pessoas em todo o mundo. Não pensem, contudo, que os uniformes que estão sustentando recordes e dando um show de design na Olimpíada do Rio de Janeiro chegaram ao limite da evolução tecnológica da indústria têxtil e de confecção. Vem aí a manufatura avançada, na qual o setor está plenamente engajado.

“Para o Brasil, a manufatura avançada no setor têxtil significará ótima oportunidade de concorrer com a produção dos asiáticos”

 Globalmente, o setor deverá migrar, de modo cada vez mais rápido, do modelo de competitividade baseado na baixa remuneração do trabalho, predominante nos países asiáticos, em especial na China, para um sistema industrial marcado pela automação modular, robotização, redes digitais de comunicação, novos materiais, a chamada internet das coisas, design inovador, produção mais ágil e customizada. Consumidor e indústria passarão a interagir mais, num processo de coevolução.

Para o Brasil, a manufatura avançada no setor têxtil significará uma ótima oportunidade de concorrer com a produção dos países asiáticos. Porém, ao mesmo tempo, implicará o desafio de disputar mercados, inclusive o interno, com países de alto desenvolvimento econômico e de considerável avanço tecnológico, como os Estados Unidos e os da União Europeia.

Que as mudanças políticas em curso no Brasil contribuam para remover os empecilhos enfrentados pela indústria, pois na corrida do desenvolvimento, diferentemente do ideal olímpico, não basta competir; é preciso vencer.

(*) Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).



 

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