Naquele dia... o pai chegou em casa e flagrou seus dois filhos brigando para ver quem apossaria-se da maior fatia do bolo de chocolate que a mãe tinha acabado de tirar do forno.
Diante do impasse... o pai abraçou os dois filhos e propôs uma solução.
Entregou ao mais velho a faca e concedeu-lhe o direito de cortar o bolo em duas fatias na proporção que ele quisesse.
Ao mais novo deu a chance de escolher primeiro qual pedaço ele comeria depois do bolo cortado... o maior ou o menor.
Veja que interessante... eles acabaram dividindo o bolo ao meio... sem brigas.
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento... usando como meio de transporte excelentes livros sobre Psicologia.
Eles me levaram para Chicago em 1970... onde fui recebido pelo alemão Frederick Perls... a quem fui logo pedindo:
- Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
- Cada vez que você evita um conflito... você troca a oportunidade de um crescimento potencial por uma dor crônica.
Perls foi um famoso psicoterapeuta que escreveu o livraço que eu acabei de devorar e recomendo muito.
Ele criou a Psicologia da Gestalt... na qual enfatiza a importância do enfrentar os conflitos e experiências presentes ao invés de simplesmente evitá-los ... para aumento do nosso crescimento pessoal.
E provou que desejar ter um poder maior sobre alguém em um relacionamento é um inútil jogo sem vencedores.
O ideal é dividir o poder ao meio... tanto em termos de expectativas... quanto de responsabilidades.
Compartilho aqui com você a “oração da Gestalt” criada por Perls para instigar o nosso pensamento sobre como trabalhar as expectativas e responsabilidades nos relacionamentos :
“Eu sou eu, você é você... Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas... Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas... E nem você o está para viver de acordo com as minhas...
Eu sou eu, você é você... Se por acaso nos encontrarmos, é lindo... Se não, não há o que fazer”.
Uma oração... não religiosa... cujo objetivo não é criar um individualismo... mas permitir que sejamos responsáveis por nós mesmos e saibamos lidar com as todas as expectativas levando em conta a aceitação nossa e do outro.
*Palestrante ... Consultor e Fundador do Blog do Maluco.