José Roberto Lima*
Nas guerras entre países, os inimigos são certos e os aliados são improváveis. Durante a Segunda Guerra Mundial, quem poderia imaginar a cooperação militar entre a antiga União Soviética, Inglaterra, França e Estados Unidos? Winston Churchill assim rebateu as críticas: “Se Hitler invadisse o inferno, eu cogitaria de fazer aliança com o demônio”.
Na guerra do concurso, a lógica é contrária: os aliados é que são certos e os inimigos são improváveis. Eles podem surgir até entre familiares. Na medida em que percebem o seu firme propósito de triunfar, podem ser tomados pelo ciúme.
A amizade dessas pessoas é autêntica. Mas igualmente autêntico, embora inconfessável, é o medo de serem preteridos quando você fizer sucesso. É por isso que certas pessoas podem ser nossos inimigos improváveis. Faça um esforço para identificá-los. Mas não reaja a nenhuma provocação desses amigos que agem como inimigos. Não vale a pena. E, cedo ou tarde, eles seguirão seu exemplo de dedicação aos estudos.
E os aliados? Sabe quem são eles? O leitor ou a leitora pode ser levado a pensar nos livros e apostilas. Mas estes são as munições, por meios das quais você construirá a única, a invencível e a intransferível arma na guerra dos concursos: o seu conhecimento.
Os aliados são outros. São aquelas pessoas que não têm medo de ser seu amigo; e também não têm medo do seu sucesso, pois sabem que isso não custará o fim da amizade. Eles não agem motivados por nenhum sentimento inconfessável.
Eles costumam ser encontrados nas melhores escolas preparatórias. Eles estão diariamente dispostos a confirmar aquela frase de Paulo Coelho: “Quando se quer uma coisa, o universo inteiro conspira a favor”. Estão sempre prontos para se aliarem a quem realmente quer ser aprovado. Eles são seus professores.
(*) Advogado, professor da Faculdade Promove, mestre em Educação, delegado federal aposentado e autor de “Como Passei em 15 Concursos”. Escreve aos domingos.