Mauro Condé*
Ouviu falar sobre flores... declarações apaixonadas... beijos... e ela achou que era pegadinha.
Mas o calendário do seu celular e os registros dos computadores no trabalho mostraram... ela não esteve lá no dia anterior... justamente no dia dos namorados... o relógio de ponto mostrava um vazio.
Procurou os registros das câmeras de segurança e descobriu que elas foram apagadas exatamente naquele dia.
Ela vasculhou a sua bolsa e encontrou uma carta não enviada... com a própria caligrafia... contendo uma declaração de amor escrita para alguém que ela nem lembra.
E se isso acontecesse com você?... o que você faria?
Ela decidiu fazer uma investigação para descobrir quem roubou o seu dia dos namorados...
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento... usando como meio de transporte filmes românticos disponíveis no streaming do Belas Artes À La Carte.
Eles me levaram para Taipé... capital de Taiwan... onde fui recebido pela jovem Patty Lee... a quem fui logo pedindo:
- Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
- Ame muito a si mesmo... porque ninguém será capaz de fazer isso mais do que você... aceite-se do jeito que você é... viva 100% no aqui-e-agora... e assuma a total responsabilidade pela construção da sua vida... só assim alguém lá fora te amará.
Patty Lee interpreta Yang Hsiao-chi... a protagonista da história acima citada no delicioso filme taiwanês “Perdi o Dia dos Namorados”, que acabei de ver e recomendo.
Yang nasceu com uma síndrome rara que a fazia ser a pessoa mais acelerada do planeta... ela fazia tudo tão rápido que estava sempre um passo à frente de todo mundo.
De repente... ela descobriu que o seu dia dos namorados simplesmente evaporou do calendário e... que ela não existiu naquela data.
Justamente na semana em que um crush irresistível a convidou para sair naquela data tão especial.
O que ela descobriu com a sua investigação foi algo de uma inesperada profundidade emocional.
Um filmaço que te fará rir... chorar... se apaixonar e... principalmente te fará refletir sobre a urgência das exigências da vida moderna versus a importância de estar presente.
Coincide com a lição que extraí da canção “Desastres Fabulosos”... (ouça que delícia de som)... de Jorge Drexler:
“É nas rachaduras da alma que a luz mais bela encontra passagem”.
* Palestrante... Consultor e Fundador do Blog do Maluco.