Pix vai tomar conta dos pagamentos e mudar o jogo do e-commerce em 2025

Publicado em 10/01/2025 às 06:00.

Luiz Guardieiro*

O e-commerce brasileiro está a caminho de um crescimento notável em 2025, com a expectativa de um aumento de 10% no faturamento, atingindo quase R$ 225 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Esse crescimento reflete o aumento no número de compradores, que deve alcançar 94 milhões, e também o crescimento do poder de compra, com o ticket médio projetado para R$ 515,80. Esse cenário de expansão demonstra o potencial de uma economia digital cada vez mais robusta e engajada.

O avanço do comércio online também é visível na projeção de volume de pedidos, que deve crescer 5% em 2025, atingindo 435 milhões de compras online. Isso está diretamente ligado à transformação digital, com consumidores cada vez mais inclinados a utilizar plataformas digitais para suas compras. Além disso, a adaptação das empresas a esse novo formato de negócios tem sido um fator importante para impulsionar a economia digital, mostrando que o futuro do consumo passa pela inovação tecnológica.

Além do crescimento do número de compras, a forma como os pagamentos estão sendo realizados também está em transformação. O Pix, por exemplo, deve superar o crédito neste ano como a forma mais usada para pagamentos online no Brasil, com projeção de alcançar 44% do mercado, contra 41% para os cartões de crédito. Esse dado da Ebanx, com informações da PCMI, demonstra o sucesso crescente do Pix, especialmente nas pequenas e médias empresas, que já viram o Pix responder por 50,5% dos pagamentos no final de 2024.

Porém, os desafios da economia digital não param por aí: o levantamento da PMYNTS aponta uma mudança de paradigma, com a ascensão de um novo modelo de “economia da orquestração”. Isso implica que, ao invés de as plataformas criarem aplicativos para seus ecossistemas, os orquestradores serão responsáveis por reunir ou criar esses aplicativos. Esse modelo visa simplificar a experiência do usuário, colocando a simplicidade como um elemento chave para determinar o retorno financeiro das soluções tecnológicas.

Outro ponto crítico para o futuro da economia digital é a logística, uma vez que a inovação nas entregas, que já permitem entregas no mesmo dia ou até mesmo na mesma hora, está transformando as lojas físicas em meras “relíquias” para muitos consumidores. As empresas precisam repensar o papel das lojas físicas, que não podem mais ser apenas espaços de compra, mas devem oferecer experiências ou serviços diferenciados para se manterem relevantes no mercado.

Por fim, a convergência entre pagamentos e identidade tem se consolidado como uma tendência fundamental. A crescente utilização de autenticação biométrica e tecnologias emergentes, como a leitura da palma da mão, está moldando um novo cenário de segurança digital. As carteiras digitais estão evoluindo para se tornar plataformas integradas, conectando pagamentos, serviços bancários e identidade. A utilização de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina está aprimorando a precisão na autenticação dos consumidores e na integração com comerciantes, criando um ecossistema digital cada vez mais seguro e eficiente.

Com esses avanços, o Brasil se posiciona para uma revolução no setor de e-commerce, com o crescimento das plataformas digitais, a inovação no uso de pagamentos como o Pix, e a revolução logística que mudará o comportamento de consumo dos brasileiros. Em 2025, será possível observar de que forma esses fatores irão interagir para moldar o futuro do comércio digital no país.

* Diretor de Receitas da P3, uma plataforma de gestão de pagamentos para mais de 3000 empresas da América Latina.

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