Zé Silva*
Talvez os amigos e leitores do Hoje em Dia possam estranhar a ausência de abordagem em fatos da política nacional neste momento de verdadeiro tsunami que abala e mobiliza o país. Afinal, não temos outro assunto senão tratar das dúvidas, incertezas, expectativas e angústias que o momento provoca nos corações e mentes de Norte a Sul do Brasil.
Mas vale relembrar que, aqui neste espaço, nos propusemos e acordamos em tratar de questões diretamente relativas ao ambiente rural, onde vivem e trabalham mais de 30 milhões de brasileiros. Falar aqui de suas culturas, sua economia, conquistas e esperanças, anseios e demandas. E agradecemos, por isso, a oportunidade que nos é dada para esse intercâmbio entre culturas urbana e rural, que é um dos fatores para o fortalecimento de nossa democracia e integração social.
Questões eminentemente da política nacional temos abordado em nossas mídias sociais, em fóruns de debate e encontros, e, principalmente, no Congresso Nacional. E ali temos alcançado e assegurado relevantes direitos e conquistas para a população rural e todo o povo, como as medidas que apresentamos e aprovamos para garantir condições mais justas de aposentadoria para os trabalhadores do campo.
Posto isto, quero abordar uma questão importante para a sustentabilidade da economia e dos avanços sociais no meio rural, que são as políticas públicas para a capacitação e a formação profissional. Uma dessas políticas é o Pronatec Campo, de formação profissional e tecnológica para o fortalecimento da agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável.
Em nossas funções de secretário de Trabalho em Minas, levamos cursos profissionalizantes para trabalhadores e jovens rurais de diversas regiões do Estado, capacitando-os para o trabalho e gestão de suas atividades.
Criado em 2011, o Pronatec Campo, cujo proponente é o Ministério da Educação, deve fomentar a expansão da formação profissional de nível básico para trabalhadores, agricultores familiares e jovens do meio rural. Entretanto, a falta de recursos está colocando em risco o programa. E é disso que vamos tratar nos próximos artigos. Mas, ressaltando desde agora que a falta do programa é um fator para aumentar ainda mais a preocupante migração de jovens e trabalhadores rurais, esvaziando o campo e colocando em risco a sustentabilidade da atividade agrícola.
(*) Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG