Antônio de Oliveira*
A filosofia já foi considerada rainha das ciências, “regina scientiarum”. Essa, na verdade, foi concepção de Tomás de Aquino, em plena Idade Média, século XIII. Hoje em dia vejo que não é considerada mais assim. Nem vista como ciência, muito menos como rainha. Entretanto, essa nova visão da filosofia não diminui seu valor, sua importância.
Problemas, como estes a seguir, sempre preocuparam, ocuparam e, certamente, vamos continuar a ser fustigados por questões não resolvidas em laboratórios:
– Qual o sentido da vida?
– Existe vida após a morte?
– Por que acontecem coisas ruins?
– Há vida inteligente em outro planeta?
– Quanto tempo eu vou viver?
Essas perguntas têm sido objeto de pesquisas de opinião. Tais indagações continuam sem resposta definitiva no plano natural. Nessa altura é que entra o estudo da teologia, trazendo suas respostas no “vai na fé”. Com efeito, vivemos em um mundo em que “o homem é um lobo para seu semelhante”. “Homo homini lupus”.
“A natureza, diz Francis Bacon, revela-se à inteligência como um raio direto. Deus como um raio refratado, através das criaturas, o homem manifesta-se a si mesmo como um raio reflexo”. (De dignitate scientiarum).
O ser humano, por sua vez, continua imperfeito, apesar de ser considerado medida de todas as coisas como vimos na semana passada. Para Aristóteles, todo indivíduo consta de um “substratum” permanente e estável, a substância, de realidades que posteriormente a determinam.
São os acidentes.
* Professor