Pedro Patrus
Com o esvaziamento político e estrutural da BHTrans, quem hoje de fato comanda o sistema de transporte são as empresas concessionárias, que não abrem seus números, tampouco prestam contas para a população.
Em nome de um “prejuízo” sem fundamento, essas empresas sucateiam o serviço de ônibus com a retirada de cobradores, sobrecarregando os motoristas, diminuindo o quadro de horários, negligenciando a manutenção dos veículos. O que põe em risco a segurança dos passageiros, motoristas e cobradores.
Não podemos deixar um caso tão grave sem resposta. Por isso, mais do que a auditoria do transporte coletivo proposta pelo prefeito Alexandre Kalil, queremos uma CPI para investigar as contas das empresas concessionárias. O risco, se não fizermos isso, é repetirmos o caso, igualmente escabroso, da queda do viaduto Batalha dos Guararapes, que resultou na morte da motorista Hanna Cristina dos Santos e do servente Charlys do Nascimento.
Até agora, quase quatro anos depois, ainda não há culpados, tampouco indenizações para os familiares das vítimas do viaduto. A apuração está engavetada ou anda a passos de tartaruga.
Mais de 3 milhões de usuários dependem do transporte coletivo em Belo Horizonte. Por isso exigimos transparência. A realidade atual é um transporte coletivo caro, inseguro, completamente à mercê da vontade das empresas que detêm a concessão pública. Ora, quem vai responder pela omissão dos empresários e das empresas concessionárias? Sempre serão isentados de qualquer culpa pelas falhas no sistema de transporte? Por que essas empresas fazem tanto mistério? Do que têm tanto medo?
Cabe a nós, vereadores, eleitos pela população da cidade, fiscalizar e cobrar ações do governo municipal. É por isso que estamos lutando pela criação de uma CPI do Transporte. É o momento de parar de falar e realmente partir para a ação. E ela significa uma CPI concreta, uma auditoria efetiva e a certeza de que o sistema de transporte tem de ser eficiente, transparente, ético e honesto com Belo Horizonte.
Vereador de BH