Andrea Miranda*
Você se lembra de ter visto algum filme que possui aquela personagem que é um oráculo, que sabe de tudo, inclusive sobre o futuro? Nele, normalmente há uma cena com essa personagem precisando desesperadamente de alguma informação, e ao consultar o “tudo sabe”, recebe a resposta sempre em forma de um enigma indecifrável.
Quem nunca passou por isso ao tentar buscar alguma coisa no Google e ser direcionado para um conjunto de respostas meio longe do esperado?
E agora, em tempos de ChatGPT e todas as inteligências artificiais (IA) que estão despontando a cada dia, há quem diga que as IAs podem substituir os buscadores e antecipam que todo o esforço que é feito em termos de SEO vai ser cada vez menos relevante conforme as pessoas ampliarem a busca por informações diretamente nas IAs. Inclusive, palavras ditas pelo icônico Bill Gates nesse sentido (“a IA vai acabar com o Google”) deixaram sem palavras até mesmo a assessoria de imprensa das Big Techs.
Mas, afinal, quem sempre recebe a resposta que estava esperando?
Nosso querido Isaac Asimov, em seu magnífico “Eu, Robô”, descreve a cena na qual um avatar de uma IA, ao ser questionado, por muitas vezes responde: “I’m sorry, my responses are limited, you must ask the right questions” (Sinto muito, minhas respostas são limitadas, você deve fazer as perguntas certas).
Bem, quase 75 anos depois do lançamento do livro, temos anúncios de emprego para “Prompt Engineer”, muito bem remunerados, visando promover o Prompt Engine Optimization (PEO).
Esse Prompt Engineer é o responsável por desenvolver uma “biblioteca de boas perguntas”: uma metodologia para desenvolver o jeito certo de perguntar em prol de obter o resultado desejado.
A inteligência artificial precisa de premissas, de hipóteses, de circunstâncias para poder atuar de forma robusta, entregando valor e contexto, sempre dentro do que é real e ético.
Chamado de Large Language Model (LLM), a tecnologia está destrinchando a linguagem humana em modelos computacionais, hiper parametrizados, para fornecer subsídios para a busca de respostas das IAs em linguagem natural.
Possivelmente, veremos a otimização desses modelos (LLMO) e a assertividade das perguntas (PEO) tornando-se as maiores responsáveis pelas respostas precisas das ferramentas de IA que chegarão ao mercado num futuro breve.
E essa evolução certamente passará pelas mãos (e teclados) dos engenheiros de prompt.
E aí? Tem expertise para ser um excelente inquisidor de robôs? Envie seu currículo!
*Cientista de Computação, com mais de 30 anos de experiência em TI aplicada ao marketing digital e publicidade. Além disso, é cofundadora e CEO da StandOut, martech referência em trade marketing digital