Testamento: por que preciso de um?

Publicado em 01/11/2025 às 06:00.

Milton Mattedi*
Eduardo Capanema*


O testamento é ato unilateral de última vontade, isto é, a  manifestação que determinará alguns aspectos patrimoniais e não patrimoniais após a  morte. Tal manifestação é personalíssima e dessa forma somente você está apto a fazê-la. Mas por que é importante fazer um testamento?

No que toca às disposições patrimoniais, normalmente aquelas em que as pessoas sempre pensam, o testador pode determinar o destino de até 50% de seu patrimônio caso tenha herdeiros necessários (filhos, netos, pais, avós etc.). Na ausência de tais herdeiros, o testador pode determinar a destinação da totalidade de seu patrimônio. 

Com isso, ao invés de seguirmos a determinação da lei quanto a quem irá receber tal patrimônio, o testamento permite que o testador determine livremente tal destinação. Assim, podemos pensar em beneficiar, seja com bens, dinheiro ou outro patrimônio, um amigo que o ajudou durante a vida, um funcionário fiel em momentos difíceis ou mesmo determinado parente, ainda que ele já seja herdeiro necessário, que sempre esteve ao lado do testador. Logo, disposições patrimoniais no testamento podem ser um instrumento de justiça patrimonial com aqueles que foram importantes figuras durante a vida do testador.

Por outro lado, no testamento podemos ter também disposições não patrimoniais. Apesar de mais desconhecidas da maioria das pessoas, tais disposições podem determinar fatos muito importantes ao testador e a terceiros afetados. Vamos exemplificar algumas dessas disposições de grande repercussão jurídica.

A primeira delas é o reconhecimento de paternidade ou filiação. O testamento também é uma forma juridicamente válida para reconhecer publicamente um filho, realinhando as expectativas familiares. No testamento poderão ainda serem estipuladas nomeações de tutores ou administradores para filhos menores.

Trata-se de disposição de importância fundamental, pois determina quem cuidará dos filhos e do patrimônio deles enquanto não tiverem capacidade civil para tal. Pode-se ainda determinar o reconhecimento de dívidas de gratidão, o destino de objetos pessoais de valor sentimental. Por fim, pode-se inclusive fazer declaração de disposição sobre a guarda de animais de estimação. Algo que pode ser bem utilizado nos dias atuais.

Em resumo, o testamento possui função social que vai além do âmbito familiar, impactando no planejamento patrimonial e nas relações sociais do testador. O testamento é a concretização da vontade do testador de forma segura e personalizada. Neste particular, para evitar surpresas e situações indesejáveis, a busca por orientação jurídica na elaboração de testamento e acompanhamento em todas as fases torna-se salutar para a garantia dos direitos dos compradores e que o mesmo esteja devidamente protegido e resguardado.

* Professores da Nova Faculdade e sócios do escritório Capanema Mattedi Sociedade de Advogados.

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